ATA DA SEPTUAGÉSIMA QUARTA
SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA
LEGISLATURA, EM 12-9-2001.
Aos doze dias do mês de setembro do ano
dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell,
Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Ervino
Besson, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, Juarez Pinheiro, Luiz
Braz, Paulo Brum, Reginaldo Pujol e Sofia Cavedon. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch,
Clênia Maranhão, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Humberto
Goulart, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Fortunati, Marcelo Danéris,
Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul
Carrion, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o
Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em
avulsos de cópias das Atas da Vigésima Quinta, Vigésima Sexta, Vigésima Sétima,
Vigésima Oitava e Vigésima Nona Sessões Solenes que, juntamente com as Atas da
Sexagésima Nona e da Septuagésima Sessões Ordinárias, foram aprovadas. À MESA,
foram encaminhados: pela Mesa Diretora, o Projeto de Resolução nº 079/01
(Processo nº 3548/01); pelo Vereador Beto Moesch, 01 Pedido de Providências;
pelo Vereador Cassiá Carpes, 02 Pedidos de Providências; pela Vereadora Clênia
Maranhão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 235 e 236/01 (Processos nºs
3427 e 3454/01, respectivamente); pelo Vereador Haroldo de Souza, 01 Pedido de
Providências, a Indicação nº 032/01 (Processo nº 3557/01) e o Projeto de Lei do
Legislativo nº 231/01 (Processo nº 3284/01); pelo Vereador Humberto Goulart, a
Indicação nº 031/01 (Processo nº 3521/01); pelo Vereador João Antonio Dib, os
Pedidos de Informações nºs 168 e 169/01 (Processos nºs 3530 e 3559/01,
respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, 06 Pedidos de Providências;
pelo Vereador Reginaldo Pujol, 01 Pedido de Providências. Também, foram
apregoados os seguintes Ofícios, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre:
de nº 474/01, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 024/01 (Processo nº
3538/01); de nº 478/01, encaminhando Veto Parcial ao Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 001/01 (Processo nº 1323/01); de nº 492/01,
encaminhando Veto Parcial ao Projeto de Lei do Executivo nº 015/01 (Processo nº
2405/01); de nº 493/01, informando que se ausentará do Município a partir das
nove horas e trinta minutos do dia doze, retornando na manhã do dia treze de
setembro do corrente, quando participará, em Brasília - DF, do "Ato em
Defesa de uma Política Nacional de Saneamento e pela Manutenção da Titularidade
do Município", bem como de negociações com parlamentares para tratar dessa
matéria. Do EXPEDIENTE, constaram: os Ofícios nºs 313/01, do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre; 001/01, da Senhora Regina da Silva Carvalho,
Presidenta da Comissão de Inquérito instaurada para apurar fatos relatados no
Processo nº 2740/01; 006/01, do Vereador Marcos Mesquita, Presidente da Câmara
Municipal de Mogi Guaçu - SP. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Luiz Alberto Atz, Presidente da Associação dos
Amigos do Bairro Bom Fim, que discorreu acerca dos problemas causados em
decorrência da radiação emitida pelas estações rádio-base de telefonia celular,
relatando estudos e debates realizados sobre o assunto e apresentando propostas
para o disciplinamento da instalação e funcionamento dessas torres na Cidade.
Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Juarez
Pinheiro, Isaac Ainhorn, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Luiz Braz, Beto Moesch
e Raul Carrion manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna
Popular. Às quatorze horas e cinqüenta e quatro minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e seis
minutos, constatada a existência de quórum. Na oportunidade, o Vereador Elói
Guimarães formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando um minuto de silêncio em homenagem póstuma às vítimas dos atentados
terroristas ocorridos nos Estados Unidos, no dia de ontem. Às quatorze horas e
cinqüenta e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às quinze horas, constatada a existência de quórum. Na ocasião, face
ao Requerimento anteriormente formulado pelo Vereador Elói Guimarães, foi
realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma às vítimas dos atentados
terroristas ocorridos nos Estados Unidos, no dia de ontem. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão, analisando as relações internacionais
desenvolvidas pelos Estados Unidos, reportou-se aos atos terroristas
acontecidos ontem naquele País e repudiou as ações violentas que culminaram
nesse acontecimento. Também, teceu considerações sobre as possibilidades de
retaliação bélica por parte do Governo norte-americano e a geração de novos
conflitos mundiais em decorrência desses fatos. Na ocasião, foi apregoado o
Memorando nº 094/01, firmado pelo Vereador Fernando Záchia, Presidente da
Câmara Municipal de Porto Alegre, informando estar a Vereadora Maria Celeste
representando esta Casa na cerimônia de lançamento da página de Internet da
Justiça da Infância e da Juventude do Estado do Rio Grande do Sul, no Foro
Central de Porto Alegre. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 234 e 233/01, este discutido pelo
Vereador João Antonio Dib, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 030/01, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nºs 018 e
015/01, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib, os Projetos de Lei do
Executivo nºs 018, 021 e 022/01; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nºs 217, 224 e 227/01, o Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 043/01, discutido pelo Vereador Ervino Besson, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 019/01, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 023/00, discutido pelos Vereadores Adeli Sell e
João Antonio Dib, o Projeto de Resolução nº 074/01, o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 004/01, discutido pelo Vereador Adeli Sell; em 3ª
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 188 e 232/01, o Substitutivo nº
01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 038/01, os Projetos de Resolução nºs 070
e 072/01, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 003/01, discutido pelos
Vereadores Luiz Braz e Elói Guimarães. Na ocasião, o Senhor Presidente
determinou fosse realizada a verificação de quórum para ingresso na Ordem do
Dia e, após, o Vereador Raul Carrion solicitou o uso da Comunicação de Líder,
tendo o Senhor Presidente prestado informações sobre as normas regimentais
atinentes ao assunto. Também, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador
Luiz Braz, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do uso da palavra
pelos Senhores Vereadores em Comunicação de Líder, tendo o Vereador Pedro
Américo Leal manifestado-se a respeito. A seguir, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e apregoada a Emenda nº 02, de autoria do
Vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PPB, ao Projeto de Lei do
Executivo nº 052/00 (Processo nº 3410/00). Na ocasião, o Vereador Adeli Sell
manifestou-se a respeito do teor do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº
004/01 (Processo nº 3404/01). Após, foi aprovado Requerimento verbal de autoria
do Vereador Marcelo Danéris, aditado pelos Vereadores Paulo Brum, Reginaldo
Pujol e Haroldo de Souza, solicitando alteração na ordem de apreciação da
matéria constante na Ordem do Dia, após ser encaminhado à votação pelo Vereador
João Antonio Dib. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Substitutivo nº
01 aposto ao Projeto de Resolução nº 064/01, considerando-se prejudicado o
Projeto original, tendo o Vereador Reginaldo Pujol manifestado-se sobre o teor
do referido Substitutivo. Na ocasião, face manifestação do Vereador João
Antonio Dib, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da votação do
Projeto de Resolução nº 064/01. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi
aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 120/01, por vinte e quatro votos
SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho,
Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Ervino Besson,
Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, Humberto
Goulart, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris,
Maria Celeste, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol,
Sofia Cavedon e Valdir Caetano. A seguir, o Vereador Juarez Pinheiro formulou
Requerimento verbal, solicitando o adiamento da discussão, por uma Sessão, do
Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 004/01 (Processo nº 1319/01), tendo o
Senhor Presidente determinado que o referido Requerimento fosse formalizado por
escrito. Em Discussão Geral, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica
nº 004/01, o qual teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento,
aprovado, de autoria do Vereador Estilac Xavier. Na ocasião, face Questão de
Ordem formulada pelo Vereador João Antonio Dib, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos a respeito da tramitação do Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº
004/01. Em Discussão Geral, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei
Orgânica nº 005/01, o qual foi discutido pelos Vereadores Beto Moesch, Adeli
Sell e Elói Guimarães. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 010/01, o qual teve sua discussão adiada por uma
Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador João Bosco Vaz. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto
de Lei do Legislativo nº 005/00, considerando-se prejudicado o Projeto
original, por dezessete votos SIM, quatro votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser
encaminhado à votação pelos Vereadores Adeli Sell, Luiz Braz, Beto Moesch,
Ervino Besson, Sebastião Melo e Carlos Alberto Garcia, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores Adeli
Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Ervino Besson,
Haroldo de Souza, Humberto Goulart, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João
Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul
Carrion, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo, Não os Vereadores Estilac Xavier,
Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris e Maristela Maffei e tendo optado pela
Abstenção as Vereadoras Maria Celeste e Sofia Cavedon. Na oportunidade, face
manifestação do Vereador João Antonio Dib, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca da votação do Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 005/00. Também, o Senhor Presidente registrou a presença
do Senhor Antonio Carlos Domingues da Costa, Presidente das seguintes
entidades: da Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas de
Siderúrgicos, Metalúrgicos e de Outras Categorias de Santos, São Vicente, Cubatão,
Guarujá e Litoral Paulista, da Federação dos Aposentados e Pensionistas do
Estado de São Paulo e da União de Associações e Departamentos de Aposentados e
Pensionistas da Baixada Santista. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 016/01, por vinte e cinco votos
SIM e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelo Vereador João Antonio
Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Fernando Záchia, tendo votado
Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Ervino
Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Helena Bonumá,
Humberto Goulart, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José
Fortunati, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul Carrion,
Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção o
Vereador Beto Moesch. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de
Lei do Legislativo nº 170/01, após ser encaminhado à votação pelo Vereador
Paulo Brum. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei do
Executivo nº 040/00 e a Emenda nº 01 a ele aposta. Em Discussão Geral e
Votação, foram aprovados o Projeto de Lei do Executivo nº 052/00 e as Emendas
nºs 01 e 02 a ele apostas. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto
de Lei do Legislativo nº 224/00, com ressalva da Emenda a ele aposta, após ser
discutido pelos Vereadores Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Beto Moesch, Adeli Sell,
Estilac Xavier e Raul Carrion. Após, foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 224/00. Durante a apreciação do Projeto de Lei
do Legislativo nº 224/00, a Vereadora Maria Celeste cedeu seu tempo de
discussão ao Vereador Juarez Pinheiro. Foi aprovado o Requerimento nº 225/01
(Processo nº 3564/01 - Requer autorização para representar esta Casa no “XXXII
Congresso Nacional de Vereadores e Agentes Públicos Municipais”, a ser
realizado do dia vinte e seis ao dia vinte e oito de setembro do corrente, em
Maceió - AL, com pagamento de inscrição, passagens aéreas e diárias), de
autoria do Vereador Fernando Záchia. A seguir, o Vereador João Carlos Nedel, em
nome do Centro de Tradições Gaúchas Maurício Sirotsky Sobrinho, convidou a
todos para participarem, às dezesseis horas de amanhã, da Missa Crioula a ser
celebrada no Largo das Bandeiras, defronte ao Palácio Aloísio Filho, pelo Padre
Gerson Schmidt, em comemoração à Semana Farroupilha. Às dezessete horas e
quarenta e sete minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelos Vereadores Fernando Záchia, Carlos Alberto Garcia,
Reginaldo Pujol e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Helena Bonumá,
Paulo Brum e Ervino Besson. Do que eu, Helena Bonumá, 1ª Secretária, determinei
fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Passamos à
O
Sr. Luiz Alberto Atz, representando a Associação dos Amigos do Bairro Bom Fim
está com a palavra, pelo tempo regimental de dez minutos.
O SR. LUIZ ALBERTO ATZ: Sr. Presidente, Senhoras e Senhores
Vereadores; Senhoras e Senhores, sou administrador público, morador do Bairro
Bom Fim, representante das comunidades de bairros preocupadas com as
instalações desenfreadas de estações radiobase, com suas torres de emissão e
recepção de sinal de telefonia, em nossa Cidade.
Preocupação
e apreensão decorrentes, principalmente, pelos graves malefícios à saúde
humana, causados por suas radiações eletromagnéticas não-ionizantes com seus
efeitos térmicos e não-térmicos, cuja nocividade é conclusiva, referindo
glaucoma, catarata, alergias, irritabilidade, dor de cabeça, problemas
cardiovasculares, câncer, e câncer infantil (leucemia), dentre outras coisas.
Secundariamente,
preocupamo-nos também por motivos paisagísticos, urbanísticos e de proteção ao
patrimônio dos munícipes.
Nosso
movimento começou de forma pontual quando soubemos que teríamos como vizinho
indesejado uma torre de celular.
A
comunidade apreensiva e desinformada, num primeiro momento, começou a coleta de
assinaturas, em abaixo-assinado, para denúncia ao Ministério Público Estadual.
Buscamos informações com cientistas, autoridades, legisladores, até informações
com outros países, por intermédio de suas embaixadas.
Participamos
do Seminário “A Cidade e as Torres de Celular”, organizado pela Prefeitura,
onde nossas teses se confirmaram. Hoje, em mais um passo desta caminhada,
estamos aqui neste ato.
Atualmente
formamos um grupo multidisciplinar, com representantes de inúmeros bairros que
se reúne semanalmente na Rua Felipe Camarão nº 510. Como profissionais das mais
variadas áreas de atuação, formamos opinião sobre o assunto e, em exercício
pleno da cidadania, estamos defendendo os interesses da nossa Cidade em favor
da saúde pública. Entendemos que a situação de pioneirismo e vanguarda
ostentada por Porto Alegre, quanto à legislação referente a essa matéria, foi
superada no momento em que outros municípios, como, por exemplo, Belo Horizonte
e Campinas, e outros países, como Suíça, Itália, Rússia têm aprovado
legislações muito mais rigorosas e restritivas, garantindo aos seus cidadãos
uma sadia qualidade de vida e um ambiente ecologicamente mais equilibrado.
Consideramos que atualmente a Cidade de Porto Alegre e seus habitantes estão nas
mãos das empresas transnacionais prestadoras desse serviço que, na busca única
e exclusivamente de lucros e cumprimento de metas de expansão, nos tornaram
reféns dos seus interesses. Essa situação não pode e não deve continuar, sob
pena de nossa omissão trazer graves prejuízos à saúde de nossas famílias,
principalmente das crianças que são as mais sensíveis ao problema. Esta Casa
contribuiu para quebrar essa lógica quando aprovou a Lei nº 110/2001,
sancionada pelo Executivo Municipal, a qual veda a instalação de estações de
radiobase em distância inferior a 500m de outra já regularmente instalada, mas
ainda é pouco. Nós precisamos fazer mais.
Já
houve avanços nesse processo, pois, em sua primeira fase, Porto Alegre adotou a
norma americana que permite uma densidade de potência de radiação no limite
máximo de 5,8 w/m². Numa segunda fase adotou, pela Lei nº 8.463/2000, a norma
da comunidade européia de 4,2 w/m² como densidade máxima de potência permitida.
Face ao movimento popular, com suas teses já comprovadas, desencadeamos a 3ª
fase do processo, com a qual esperamos que, por intermédio do novo Projeto de
Lei, preparado por grupo de trabalho nomeado pelo Prefeito Municipal Tarso
Genro, passemos a adotar o princípio da precaução como critério para efeitos sanitários,
cuidando das questões paisagísticas, urbanísticas da Cidade e protegendo a
propriedade dos cidadãos. O ideal seria que adotássemos as premissas das
legislações mais avançadas, que não permitem a instalação de torres onde
existem aglomerações humanas, permitindo somente micro e pico estações
radiobase de baixíssima potência de radiação. A nova legislação a ser aprovada
deverá ter este objetivo para um futuro próximo, já que esta é a tecnologia
usada nos países de sua origem.
No
entanto, para uma fase de transição, sem inviabilizar o sistema de prestação de
serviço de telefonia móvel, pois não somos contra esse avanço, queremos
unicamente o seu disciplinamento, defendemos as seguintes propostas: que se
estabeleça como o máximo permitido para a densidade de potência de radiação o
limite de 0,04 watts por metro
quadrado, os mesmos índices da Suíça; mantenha-se a distância mínima de 500m
entre uma torre de estação radiobase e outra regularmente instalada;
estabeleça-se uma distância mínima de segurança do eixo da torre até o imóvel
mais próximo; estabeleça-se uma distância mínima de segurança do eixo da torre
até a divisa de creches, asilos, escolas, clínicas e hospitais; garantia de
isolamento acústico dos equipamentos instalados; obrigatoriedade de identificação
das torres, mostrando claramente todas as informações referentes às mesmas;
respeito ao Estatuto da Cidade no que se refere ao direito da vizinhança; o
Poder Público deve-se responsabilizar pelas medições e monitoramento das
densidades de radiação, fiscalizando-as de forma eficaz, facilitando o acesso
dos resultados à comunidade; o Poder Público e as empresas operadoras devem
esclarecer às comunidades sobre os malefícios das estações radiobase e dos
aparelhos celulares; que fique proibida a construção de novas torres em Porto
Alegre, até que haja uma redistribuição das já existentes, respeitando os
limites propostos; que seja disciplinada a propaganda de telefonia móvel nas
vias públicas e nos meios de comunicação, tendo sempre o alerta sobre os prováveis
danos à saúde; que o Poder Público, nas três esferas, invista em pesquisa e
comprometa o setor privado a compartilhar esse investimento proporcionalmente à
expansão do serviço; que o locais de instalação de novas estações radiobase
tenham o debate prévio com a vizinhança, prevenindo a surpresa e o vizinho
indesejado.
Outras
tantas sugestões deverão partir dos Senhores, mas pedimos o apoio desta
competente Casa, no mínimo, para estas reivindicações, que não são devaneios de
um grupo romântico, mas, sim, propostas absolutamente factíveis, objeto de
estudos e debates, já encaminhadas ao Executivo Municipal, e que deverão estar
contempladas no Projeto de Lei a ser remetido a esta Câmara Legislativa.
A
comunidade continua atenta para este tema tão polêmico quanto importante, se
dispondo a colaborar com o que for necessário para alcançar uma lei que
contemple seus anseios.
Certos
de sua compreensão e apoio, era o que tínhamos para o momento. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Juarez Pinheiro
está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, caros
companheiros do movimento que busca fazer com que a cidadania se organize e
tenha um poder efetivo de fiscalização nas instalações e funcionamento das
estações de radiobase. Estamos frente a um movimento espetacular da cidadania
de Porto Alegre, que se iniciou no Bairro Bom Fim e que hoje se organiza em
praticamente todos os bairros da Cidade. Posso dizer aos Senhores, porque tenho
convivido e discutido isto com pessoas de todo Brasil, que não existe no Brasil
movimento da cidadania tão forte e tão consistente quanto este, que nasceu no
Bairro Bom Fim e hoje está instalado em toda Cidade de Porto Alegre.
Quero,
neste momento, em nome destas pessoas, simbolizar três que foram símbolos do
movimento, mas poderia citar tantas outras. Quero citar o Luiz Alberto, o Seu
Vítor, a Beatriz, que estão presentes. Porto Alegre é vanguarda, é pioneira na
constituição de legislações dispondo sobre instalação e funcionamento de
estações de radiobase. Mas, essa legislação, frente à decisão do Governo
Federal, de ampliar a liberação de outras bandas, se tornou absolutamente
defasada. A partir daí conseguimos constituir, nesta Casa, uma legislação
dispondo sobre a distância de 500m entre as estações de radiobase, evitando
duas questões: de um lado, as questões de ordem urbanística, porque a Cidade
estava virando um verdadeiro paliteiro e, de outra forma, evitando a questão
dos pontos quentes, tendo em vista a soma das densidades de potência de cada
torre. De outra parte, foi comprovado, no Seminário realizado, que os efeitos
dessas radiações, tanto dos aparelhos quanto das estações de radiobase, são de
dois tipos: os efeitos térmicos e os efeitos não-térmicos. Os efeitos térmicos
estão comprovados; causam mal à saúde da população por intermédio do aumento da
temperatura corporal. Os efeitos não-térmicos não estão definitivamente
comprovados, mas já há estudos na literatura médica que deixam claro que podem
gerar problemas de ordem genética, alterações eletrofísicas, geração de câncer,
principalmente câncer infantil. Por isso é importante que nós venhamos a adotar
o princípio da precaução.
Para
finalizar, as teses expostas pela comunidade, num fórum legítimo, num fórum que
se reúne semanalmente na Rua Felipe Camarão, eu quero sintetizar três questões:
a questão da diminuição da densidade de potência da norma européia para as
normas suíças, de 0,04 watt/m²; a manutenção da distância de 500m entre as
estações de radiobase; a oitiva da comunidade para a instalação de novas
estações de radiobase, e, também, caro Ver. Isaac Ainhorn, o estabelecimento de
uma distância lateral, porque os imóveis que recebem uma torre dessas ao seu
lado, de forma clara, são sentenciados.
Parabéns
à cidadania de Porto Alegre, parabéns ao movimento. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, em nome da Bancada do PDT, nós queremos saudar a presença dos
representantes da Associação do Bom Fim, Luiz Alberto Atz e Jairo Verba, em
especial aos que coordenam esse movimento da cidadania e que representam as
legítimas aspirações da comunidade, não só as do Bom Fim, mas as da comunidade
porto-alegrense, que está sentindo as repercussões e os malefícios causados
pelas ondas decorrentes das instalações de antenas de radiobase da estrutura
dos aparelhos celulares.
Nós
entendemos que os aparelhos celulares e a sua tecnologia são altamente
positivas para o conjunto da Cidade e para o conjunto do País, mas ela tem de
estar disciplinada pelo Poder Público, porque ele tem uma responsabilidade em
relação à saúde dos seus cidadãos. Já há estudos, conforme aqui manifestou o
Sr. Luiz Alberto Atz, que comprovam, de forma nítida, os malefícios causados à
saúde pelas antenas das estações de radiobase. Não é por acaso que nos países
europeus e nos Estados Unidos, onde os aparelhos celulares constituem-se numa
verdadeira febre, já há disciplinas próprias e regulamentadoras dessa matéria.
Esta
Casa já tem legislação avançada. Foi um trabalho de iniciativa do Ver. Juarez
Pinheiro, que teve o respaldo desta Casa, inclusive estabelecendo uma distância
mínima de 500m entre as antenas e as instituições educacionais e creches. Se
não fosse o movimento dessas comunidades, infelizmente as pressões dessas
corporações teriam levado, talvez, a Prefeitura de Porto Alegre a sancionar a
Lei com o Veto aos 500m. A pressão da sociedade fez com que o Sr. Prefeito
fosse sensível a esses apelos e inaugurou, inclusive, um novo tipo jurídico de
sanção, a sanção provisória. Nas suas razões de sanção, ele diz: “Sanciono provisoriamente
para ser Lei e reabro a discussão.”
Eu
penso que isso é positivo e nós temos que não só manter aqueles avanços que
conquistamos na Lei para não serem provisórios, mas irmos adiante e
melhorarmos, a partir dessas sugestões, o Projeto de Lei que aguardamos que
venha do Executivo. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
O Ver. Cassiá Carpes,
representando o PTB, está com a palavra, nos termos do artigo 206 do Regimento.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores em nome
da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, quero-me solidarizar com a
Associação de Amigos do Bairro Bom Fim e outras entidades aqui presentes, com o
Sr. Luiz Alberto Atz, que está fazendo essa intermediação, essa coordenação
desse belíssimo trabalho de participação da comunidade. Realmente, é lá, na
comunidade, que notamos sempre esses problemas e, portanto, os índices, as
distâncias, as garantias, os perigos que estão especificados neste folheto são
os que nós já sabíamos, mas faltava, quem sabe, a movimentação popular das
comunidades, de vocês.
Por
isso, queira receber do nosso Partido a nossa solidariedade, porque, nesta
Casa, nós também já tivemos essa preocupação e, agora, com a ajuda de vocês, eu
não tenho dúvida de que esse movimento terá êxito, principalmente, porque vem
da nossa comunidade, da nossa sociedade. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
A Ver.ª Clênia Maranhão,
representando o PMDB, está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, em nome da nossa Bancada, a do PMDB, quero saudar
a comunidade porto-alegrense, que se organiza na defesa das suas posições e traz
a esta Casa, por intermédio do Presidente da Associação dos Amigos do Bom Fim,
o Sr. Luiz Alberto Atz, a sua posição, as suas preocupações com relação às
estações de radiobase e torres de telefonia celular.
A
presença do senhor, representando sua entidade, e de outras pessoas que aqui
comparecem tem para nós uma importância fundamental, porque nós, os Vereadores,
temos que, sempre, antes de tomar qualquer decisão, ouvir a comunidade, ouvir
aqueles que estão aprofundando os debates sobre esse tema. Os dados que o
senhor traz serão efetivamente instrumentos superimportantes de reflexão para
posterior decisão desta Casa.
Eu
queria parabenizar a comunidade por sua participação e dizer que é sempre
importante o povo se organizar para elucidar e trazer sugestões. Muito
obrigada. (Palmas.)
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Luiz Braz, representando o PFL,
está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu quero
cumprimentar primeiramente o Sr. Luiz Alberto e todas as pessoas da comunidade
que dedicam parte do seu tempo para cuidar de um assunto que está afetando toda
a nossa sociedade, toda a nossa comunidade. Em segundo lugar, eu quero dizer
que, nesta Casa, nós temos que cumprimentar o Ver. Juarez Pinheiro, que foi
quem apresentou os projetos primeiros cuidando desta matéria.
O
que nos assusta é o porquê de a Prefeitura Municipal não ter alertado a
população antes e ter permitido que a Cidade se transformasse nesse paliteiro
que é hoje, afetando a saúde de todas as pessoas. Acredito que os
administradores nossos têm de ser responsabilizados por todo o malefício que a
nossa comunidade está tendo hoje. Se nós estamos sendo atingidos em nossa
saúde, se os nossos filhos estão condenados por causa desse verdadeiro
paliteiro que se instalou em nossa Cidade, eu acredito que a administração
pública tem de ser condenada e responsabilizada por esta sua falha. E este
Projeto que vai ser enviado agora para esta Casa não deve analisar a situação
daqui para frente. Este Projeto deve analisar a situação exatamente como deve
ser vista, ou seja, se tiverem de arrancar as torres que estão fazendo mal para
as pessoas, eu acho que este Projeto tem que prever isso. Nós não podemos analisar
só daqui para frente, temos de analisar é a história da instalação dessas
torres. E eu quero ver se a Administração Pública do nosso Município vai
realmente agir com a responsabilidade que tem que agir, protegendo os cidadãos
desta Cidade. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Garcia): O Ver. Beto Moesch, representando o PPB,
está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Sr.
Luiz Alberto Atz e toda a comunidade que está, mais uma vez, dando o exemplo à
Cidade de Porto Alegre, porque se mobiliza de uma forma extraordinária. Talvez
o assunto que mais esteja gerando um trabalho técnico e de mobilização da
sociedade de Porto Alegre, hoje, diga respeito às instalações de radiobase, até
porque a sociedade está perplexa, pois assiste às instalações de radiobase sem
nenhum tipo de consulta prévia à população. E no seminário que nós estivemos
presentes, sábado e domingo, tivemos de ouvir, estarrecidos, a ousadia de um
administrador daqui, do Município, dizendo uma grande inverdade - e ele foi
imediatamente vaiado -, ou seja, que todas as estações de radiobase da Cidade
de Porto Alegre haviam sido estabelecidas após um debate prévio com a
sociedade.
Vejam
só que cara-de-pau!
(Palmas.)
Quem
está pautando este assunto - embora aqui, internamente, esteja sendo liderado
pelo Ver. Juarez Pinheiro -, realmente, aqui, na Câmara de Vereadores, é a
sociedade, que nos traz os dados, que faz a pesquisa, anteriormente, de forma
aprofundada. Gostaria apenas de ressaltar o que a própria comunidade sugere a
esta Câmara, que é estabelecimento de um limite máximo para radiação de 0,04
watts o metro quadrado, colocando aqui o princípio da precaução, princípio
básico do Direito moderno, que o próprio Poder Público deve medir os níveis de
radiação, facilitar o acesso dos resultados à comunidade, o que não está sendo
feito, e que fique proibida a construção de novas torres em Porto Alegre, até
que haja uma redistribuição das já existentes, respeitando os limites
propostos, porque, além do problema sério de saúde que isso já,
comprovadamente, causa, há também o problema sério com relação ao paisagismo na
Cidade de Porto Alegre. Parabéns, mais uma vez, à comunidade, muito bem mobilizada.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Raul Carrion, representando o PC
do B, está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em primeiro
lugar, a nossa saudação ao Sr. Luiz Alberto Atz, da Associação de Amigos do
Bairro Bom Fim, comunidade que aqui se faz presente massivamente. Queremos,
também, dizer do apoio e da solidariedade da Bancada do PC do B a essa
caminhada, a essa luta. Nós, quando trabalhávamos no Ministério Público
Estadual, já acompanhávamos essa problemática. Tivemos a oportunidade de,
recentemente, no primeiro semestre, participar de uma Audiência Pública no
Bairro Cidade Baixa que discutia a instalação de uma torre de 60m de altura ao
lado do Parque da Redenção e de uma creche. E, felizmente, na Audiência
Pública, a própria SMAM - em função de que o terreno da creche, apesar de não
ser o mesmo onde seria instalada a torre, continuava com a mesma matrícula,
impediu essa instalação. Também tivemos a oportunidade de, na reunião do
Conselho Deliberativo da UAMPA, contarmos com a presença do Sr. Alberto Atz e
debater essa questão. E gostaríamos de ponderar o seguinte: na verdade a
proliferação dessas torres tem uma matriz, essa matriz; é a privatização
selvagem do serviço de telefonia, onde cada empresa privada se considera no
direito de instalar as sua torres e de lançar as suas radiações
eletromagnéticas no espaço, que é um espaço público. Seria perfeitamente
possível, a uma empresa pública fazer esse serviço de uma forma muito mais
correta e adequada; da forma como está sendo feito, causa prejuízo à saúde da
população causa poluição visual, e assim por diante.
Por
isso a Bancada do PC do B é parceira nessa luta; acompanhará essa mobilização
em todos os momentos em que for convocada, e, principalmente, o Projeto que
deverá ser aperfeiçoado ainda mais, no sentido de responder a esse justo
reclamo da população de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Prezado Sr. Luiz Alberto, Presidente da
Associação dos Amigos do Bairro Bom Fim, comunidade aqui presente. Esta Casa
quer registrar o apoio das diversas bancadas, quando manifestaram a sua
solidariedade com o espírito de cidadania que vocês vieram aqui manifestar, no
que se refere à preocupação e apreensão com as radiações eletromagnéticas. Mas,
principalmente, sabemos que todos os senhores e senhoras aqui presentes estão,
na realidade, buscando uma melhor saúde e uma melhor qualidade de vida. E podem
ter a certeza de que é isso que aqui nesta Casa todos os trinta e três
Vereadores buscam. Parabéns pela iniciativa e retornem todas as vezes que
julgarem necessário, pois aqui é a Casa do Povo e estaremos aqui sempre para recebê-los.
Muito obrigado.
Suspenderemos
os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às14h54min.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia –
às 14h56min): Estão
reabertos os trabalhos.
O SR. ELÓI GUIMARÃES (Requerimento): Solicito um minuto de silêncio, em face
dos trágicos acontecimentos verificados nos Estados Unidos, em respeito às
vítimas, cujo número se desconhece.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Esta Mesa acolhe o
Requerimento, porque o mundo todo não é o mesmo a partir de ontem.
Solicitamos
aos Vereadores que retornem ao Plenário para que nós, da Câmara Municipal de
Porto Alegre, possamos mostrar a nossa dor, a nossa solidariedade ao povo dos
Estados Unidos, a todos os cidadãos do mundo, pelo trágico acontecimento que
envolveu o mundo no dia de ontem. Vamos suspender novamente a Sessão por um
período de dois minutos.
Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h58min.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia –
às 15h): Estão reabertos
os trabalhos. Sr. Vereadores vamos proceder a um minuto de silêncio em
solidariedade ao povo dos Estados Unidos.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
A Ver.ª Clênia Maranhão
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ontem,
11 de setembro de 2001, é uma data que ficará marcada na humanidade pelos
trágicos e imprevisíveis acontecimentos que, em todos os continentes,
assistimos através de toda a mídia. Refiro-me aos atos terroristas contra o
símbolo do poder americano que pôs a perspectiva de novas relações políticas e
econômicas, neste momento, de integração global. A nossa posição humanista nos
leva a repudiar veementemente qualquer ato de violência, qualquer ato terrorista.
Somos sempre contra qualquer ato de violência, seja de terrorismo do estado ou
exercido por qualquer grupo, quer seja por orientação ideológica, religiosa ou
com justificativas econômicas. O dia de ontem fez com que a sociedade de todo o
mundo refletisse sobre a cultura da guerra, do enfrentamento, do desrespeito,
da violência que se consolidou nas últimas décadas, fundamentalmente, a partir
do fim da guerra fria. Vivemos uma guerra em curso que talvez não tenha tanta
visibilidade para os povos do mundo.
É
momento também de, além de repudiarmos os atos de violência, tentarmos analisar
a situação em que vivem os povos neste início do século XXI. Os povos de um
planeta onde um Governo regido por uma ação fundamentalista, como é a ação do
Governo Bush, que coloca, por um lado, a sua posição como se fosse o líder do
mundo e, por outro lado, se coloca como uma parte, inviabilizando qualquer
processo de negociação. Os atos belicistas desenvolvidos pelos Estados Unidos,
ao longo de tantos anos, não permitia ontem que se estabelecesse a mínima
possibilidade de descobrir o autor daqueles atos terroristas contra Nova
Iorque. Nenhuma justificativa poderá existir para quem pratica a violência,
nenhuma justificativa poderá ser dada para aqueles que, contrapondo-se a um pensamento,
fazem vítimas inocentes. Isso tem de nos levar a pensar que o grau de belicismo
do Governo Norte-Americano, o grau de isolamento tomado por intermédio de suas
ações como o Acordo de Kioto ou como a recente postura da Conferência Mundial
de Durban, evidentemente, acirram os ódios e colocam para a humanidade os
riscos de novos e novos confrontos. Evidentemente, pareciam uma ficção as
imagens de Nova Iorque e talvez pareçam também novas ficções as ações de
retaliação que, inevitavelmente, serão tomadas pelo Governo Norte-Americano,
considerando a postura política, belicista e isolacionista que tem sido a pauta
desses seis meses de Governo Bush.
É
também importante refletirmos sobre os riscos da generalização das avaliações
ou da emoção que vai reger as análises desses atos. É importante nós pensarmos
que ninguém poderá ser, de uma forma generalizada, responsável por isso, mas
que, evidentemente, os culpados deverão ser punidos. Eu me pergunto se essa
eleição americana não tivesse sido fraudada, se não fosse o Partido Republicano
que tivesse ocupado o Governo e se colocado de forma tão intransigente perante
os povos do mundo, se haveria espaço para este ato de terrorismo. Cabe a todos
nós esclarecermos o conjunto da humanidade sobre os riscos sob os quais
vivemos. Mas, efetivamente, caberá ao povo americano a definição de uma
representação que esteja em sintonia com os anseios e as aspirações que deverão
reger o século XXI. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Comunicamos que a Ver.ª Maria Celeste
está em representação da Presidência da Casa no lançamento do site da Justiça da Infância e da
Juventude do Estado do Rio Grande do Sul, no dia de hoje, às 14h, no Fórum
Central.
Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
0941/01 - SUBSTITUTIVO Nº 01, que
obriga as empresas do sistema de transporte público de passageiros por ônibus,
estabelecidas no Município de Porto Alegre, no momento de integrarem a
renovação da frota, a instalarem vidros especiais, cortinas ou outros
dispositivos que minimizem a incidência de raios solares no interior de seus
veículos, com vistas à proteção dos usuários, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 030/01, ambos de autoria do Ver.
Cassiá Carpes.
PROC.
2549/01 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 015/01, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que altera a Lei Complementar nº 133,
de 31 de dezembro de 1985 (Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de
Porto Alegre), inserindo a proibição de assédio moral, definindo a
correspondente sanção administrativa.
PROC.
3285/01 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 018/01, de autoria do Ver. Adeli Sell, que altera
a Lei Complementar nº 12, de 7 de janeiro de 1975, e alterações posteriores,
que institui posturas para o Município de Porto Alegre e dá outras
providências.
PROC.
3084/01 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 018/01, que autoriza o Município de Porto Alegre
a alienar sua fração ideal sobre o imóvel localizado na Rua Visconde do Rio
Branco, 801.
PROC.
3394/01 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 021/01, que cria cargos de provimento efetivo na
Administração Centralizada do Município, e dá outras providências.
PROC.
3406/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 233/01, de autoria do Ver. Marcelo Danéris, que denomina Praça Hugo Muxfeldt um
logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Jardim Carvalho.
PROC.
3409/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 234/01, de autoria do Ver. Humberto Goulart, que denomina Unidade de Saúde Doutor
Saul Pinto Ciulla a Unidade de Saúde Bananeiras, localizada no Bairro Cel.
Aparício Borges.
PROC.
3430/01 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 022/01, que cria função, para fins de readaptação
funcional, regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, pertencente ao Quadro
Celetista em Extinção, na Fundação de Assistência Social e Cidadania - FASC.
2ª SESSÃO
PROC.
3496/00 - SUBSTITUTIVO Nº 01, de
autoria dos Vereadores Adeli Sell e Beto Moesch, que acrescenta § 3º ao art. 24
da Lei Complementar nº 12, de 7 de janeiro de 1975, e alterações posteriores,
que institui posturas para o Município de Porto Alegre e dá outras
providências, ao PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 023/00, de autoria do Ver. Adeli Sell.
PROC.
1083/01 - SUBSTITUTIVO Nº 02, que
dispõe sobre a garantia de vagas nas escolas municipais de ensino fundamental e
médio para filhos de bispos, pastores, missionários e sacerdotes de qualquer
credo religioso, ao PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 043/01, ambos de autoria do Ver. Almerindo Filho.
PROC.
3194/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 224/01, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal,
que denomina Rua José Affonso Ely um logradouro público cadastrado, localizado
no Loteamento Nova Ipanema.
PROC.
3140/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 217/01, de autoria do Ver. Humberto Goulart, que
isenta os médicos que prestam serviços no Hospital de Pronto Socorro de Porto
Alegre do pagamento de estacionamento através dos parquímetros instalados nas
imediações do HPS. Com Emenda nº 01.
PROC.
3290/01 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 019/01, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que dá nova redação ao inciso IX do
art. 70 da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973, e alterações
posteriores, que institui e disciplina os tributos de competência do Município.
PROC.
3259/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 227/01, de autoria do Ver. Almerindo Filho, que
define diretrizes para uma política de prevenção e atenção integral à saúde da
pessoa portadora de diabetes no âmbito da Rede Municipal de Saúde e dá outras
providências.
PROC.
3371/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 074/01, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o título
honorífico de Líder Comunitária à Senhora Amália Leal Medeiros.
PROC.
3404/01 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 004/01, que cria a Subunidade de Estruturação
Urbana 03 de UEU 4036, referente à área do Estaleiro Só, define seu regime
urbanístico e dá outras providências.
3ª SESSÃO
PROC.
1064/01 - SUBSTITUTIVO Nº 01, que
dispõe sobre a confecção e distribuição de material explicativo acerca da
doação de sangue e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 038/01, ambos de autoria do Ver.
Almerindo Filho.
PROC.
2911/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 188/01, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que
denomina Rua Visconde de Souza Soares um logradouro não-cadastrado, localizado
na Estrada Costa Gama, 4203.
PROC.
3277/01 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 003/01, que regulamenta o art. 162, XV, da Lei
Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, definindo o traçado da radial
Anita Garibaldi; cria UEU's, modifica limites de UEU's e Subunidades e define o
regime urbanístico destas.
PROC.
3294/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 232/01, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que
institui o Dia do Vizinho no Município de Porto Alegre.
PROC.
3300/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 070/01, de autoria do Ver. Paulo Brum, que concede o prêmio artístico "Lupicínio Rodrigues" ao
Grupo Impacto.
PROC.
3343/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 072/01, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede o prêmio de
Cinema Eduardo Abelin ao Jornalista, Publicitário e Cineasta José Pedro
Goulart.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, volta
à Casa no dia de hoje a fúria legiferante. Oito Projetos de Lei em 1º dia de
Pauta, como se o que faltasse nesta Cidade fossem leis. Mas o que me parece que
falta mesmo é o cumprimento à lei e a fiscalização do cumprimento à lei.
Vou
dar um exemplo, o Ver. Marcelo Danéris, deseja homenagear uma figura
extraordinária que foi o Sr. Hugo Muxfeldt, homem que mais entendia de abelhas
no Rio Grande do Sul, mas a Prefeitura não vai mandar fazer a placa para
colocar o nome dele nas ruas, e, de repente, quando fizerem uma homenagem, ou
fizerem um movimento qualquer, não vão citar o nome do Professor Hugo Muxfeldt.
E por que estou dizendo isto? Estou inventando? Não. Todo mundo sabe que o
Viaduto na Ramiro Barcelos chama-se Viaduto Ildo Meneguetti. Vereador nesta
Casa, duas vezes Prefeito desta Cidade, duas vezes Governador deste Estado e um
homem absolutamente correto que ninguém fala mal dele. Agora, a Prefeitura faz
um passeio para os ciclistas, uma ciclovia de feriado, uma ciclovia dominical e
a EPTC, que conhece muito bem os pardais
e outras sinalizações, colocou lá, Viaduto da Ramiro Barcelos. É lei municipal
desrespeitada pelo Executivo, que, aliás, fez a inauguração da ciclovia e não
convidou o ex-Vereador Frederico Barbosa, e muito menos o ex-Vereador Jocelin
Azambuja, que propôs aquele itinerário; não convidou. Mas tudo bem. O Sr. Hugo
Muxfeldt merece ser homenageado. A EPTC não, porque até na frente da EPTC há
uma sinaleira com um cartaz há horas. Não foi retirado pela EPTC, em cima da
sinaleira, na frente da EPTC.
O Sr. Adeli Sell: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Acontece que V. Ex.ª aproveita, e muito bem, o espaço de discussão
dos projetos, e nos faz algumas provocações. Eu lembro que um Vereador deve
ser, fundamentalmente, fiscalizador, V. Ex.ª é; legislador, V. Ex.ª tem, às
vezes, me parece, uma dúvida sobre a questão da legislação; V. Ex.ª gosta de
fugir do debate, às vezes, de alguns projetos; e, evidentemente, tem de ser um
propositor. No caso da fiscalização, que V. Ex.ª faz bem, nesse caso do viaduto
é muito simples, V. Ex.ª pode e deve cobrar, inclusive formalmente, da
Prefeitura que mude de atitude. Todo mundo falava no Viaduto da Borges, eu
sempre dizia que não era o Viaduto da Borges, é o Viaduto Otávio Rocha;
inclusive errava, porque colocava no endereço da minha loja Viaduto da Borges.
Hoje, não. É Viaduto Otávio Rocha, porque esse é o nome original, essa é a sua
história e é assim que tem de ser. Nós temos de mudar de atitude.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: A Prefeitura foi quem fez a festa e deve
colocar o nome certo numa figura extraordinária do Rio Grande do Sul.
Agora,
por falar em fazer leis, eu já fiz as minhas leis, as que eu julguei que eram
necessárias eu fiz. E uma delas, Vereador, foi o Código de Posturas que V. Ex.ª
hoje quer modificar. Eu o fiz, e de próprio punho, está no Memorial da Câmara
para que não haja dúvidas. Como eu não sei datilografar e naquele tempo não se
usava o computador, fiz de próprio punho, está no Memorial. E até não chamei
Código de Posturas, eu chamei de Código de Polícia Administrativa, que é o
correto. Porque postura é das ordenações manoelinas e joaninas, então, não faz
mal. Mas V. Ex.ª quer que se volte a usar o telefone celular, contrariando o disposto
na lei, que é o Código de Posturas, quando ali há um lugar para usar o
telefone, lá há outro, mas eu não me incomodo com V. Ex.ª. Penso que não deve
ser usado no Plenário.
O
Ver. Aldacir Oliboni deseja alterar a Lei Complementar nº 133, assinada por este
Vereador quando Prefeito, que é o Estatuto do Servidor Público Municipal. Eu já
fico preocupado, Ver. Aldacir Oliboni, porque esse estatuto foi redigido pelos
servidores municipais, que hoje devem estar muito maltratados, levando V. Ex.ª
a propor uma preocupação com o assédio moral. Eu acho que no meu tempo os
servidores eram muito respeitados, eram tão bem cuidados que não se preocuparam
com esse problema. Não havia esse assédio imoral, não havia essa perseguição
que V. Ex.ª está colocando aqui. Eu realmente fico triste que hoje esteja
acontecendo tal fato, mas o Ver.
Adeli Sell, com seu belíssimo aparte, não permitiu que eu analisasse melhor os
projetos. Saúde e paz!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Adeli Sell está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver. Paulo Brum, na presidência
dos trabalhos, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores, uma saudação muito especial aos ex-trabalhadores, ex-trabalhadoras do
Estaleiro Só. Vou continuar o debate com o Ver. João Dib, inclusive, retomando
a discussão.
Eu
quero, de fato, mudar o Código de Postura, porque eu acho um equívoco, não vejo
diferença alguma entre usar um telefone celular, que é um instrumento de
trabalho, enquanto o Vereador está ouvindo um outro Vereador, fazendo uma
anotação, do que utilizar o telefone que está aqui do lado. Qual é a diferença
entre eu usar o aparelho fixo, instalado lá, onde estão três funcionários, e o
telefone celular? Não tem diferença nenhuma! Temos que parar com essas
hipocrisias, aqui, nesta Casa.
Eu
queria chamar a atenção para um Substitutivo que redigimos conjuntamente, Ver.
Beto Moesch, um Projeto de Lei que havia protocolado sobre a questão dos
animais em circos, quando se apresentarem na Cidade de Porto Alegre. Hoje,
talvez, está na Ordem do Dia, vou propor, inclusive o Projeto do Ver. Nereu
D’Avila que trata da questão dos animais, no caso os cachorros ferozes que
andam pelas ruas, projeto muito importante que, felizmente, já está na Ordem do
Dia para ser votado.
Eu
retomo, aqui, inclusive com a presença da Arquiteta Inês D’Avila, da Secretaria
Municipal do Planejamento, e dos ex-funcionários do Estaleiro Só, o debate
sobre o Estaleiro Só, até porque, na última segunda-feira, me parece que não ficou
muito claro entre nós, há uma compreensão diferenciada. Conversava isso há
pouco com o Ver. João Dib, que conhece bem o espaço, já foi Prefeito desta
Cidade, sobre o destino, o regime urbanístico daquele local. Ele é bastante
vasto, como é apresentado pela Prefeitura, até porque, a Prefeitura não pode
engessar e deve dar uma dimensão ampla para a lei. Agora, têm parâmetros, não
pode haver uma edificação acima de 12m de altura, portanto, um edifício de três
andares, mas evidentemente que poderia contemplar um flat, um apart–hotel, um
hotel, uma danceteria, um clube, um centro de feiras ou um centro de eventos,
com as marinas públicas no fundo, porque, inclusive, Ver. João Antonio Dib lá
tem um píer, está praticamente pronto, só falta fazer as devidas complementações.
Mas como lhe roubei um bom tempo de seu discurso, vou lhe dar um aparte,
segundo a sua vontade.
O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, mesmo que não tivesse tomado o tempo, V. Ex.ª
me daria um aparte como sempre. Mas na realidade, quero que aquela área seja
utilizada pela Cidade de Porto Alegre, só gostaria que dessem a ela um
tratamento igual ao “shopping papel”,
aquele que a Prefeitura me negou as condições para analisar, e que está
exatamente no lado oposto. Essas condições que estão dando de regime urbano
para a área do Estaleiro Só, parece-me, que não vão ser suficientes para que a
área seja adquirida por alguém.
O SR. ADELI SELL: Não, creio que seja. Sobre a questão do Shopping não posso responder por uma
empresa privada, como, provavelmente, essa empresa deveria se queixar para o
Ministro Malan, que foi responsável pela modificação do câmbio e que levou essa
empresa à paralisia. Isso não é um problema da Prefeitura de Porto Alegre,
porque o meu Partido só terá a responsabilidade de mexer no câmbio no dia 1º de
janeiro de 2003. Sem dúvida nenhuma que nós vamos...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Paulo Brum.)
O SR. ADELI SELL: Não, Ver. Paulo Brum, que me faz um
aparte anti-regimental, dizendo que “sonhar é importante”. Sonhar é importante,
Vereador, infelizmente, hoje, os sonhos são muito curtos, mas continuamos
sonhando e achamos que isso pode ser uma realidade muito concreta no 1º de
janeiro de 2003. Mas isso é outro departamento, aqui estamos discutindo a
Cidade de Porto Alegre, o Estaleiro Só.
Nós
queremos criar todas as condições objetivas de que esse espaço, essa
propriedade seja vendida para um empreendedor sério, com responsabilidade, para
que os ex-funcionários que, na verdade, tiveram toda uma vida cortada porque,
também, por políticas econômicas irresponsáveis, nós quebramos os estaleiros
neste País. Para os senhoras e senhores que nos assistem aqui do Plenário,
ex-funcionários do Estaleiro atentem para o seguinte: o Brasil gasta 6 bilhões
por ano em pagamento de navios de bandeiras estrangeiras. Veja o que significa
isso na balança de pagamentos, se nós tivéssemos continuado com o glorioso
Estaleiro Só, com seu trabalho laborioso, não precisaríamos estar gastando 6
bilhões a cada ano, para pagar frete para navios de bandeira estrangeira.
Nós
vamos reconquistar o Estaleiro Só para a Cidade de Porto Alegre e viva a Cidade
de Porto Alegre! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
discutir a Pauta, por transposição de tempo com o Ver. Ervino Besson.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores; Senhoras e Senhores, temos aqui, hoje, tramitando alguns projetos
extremamente importantes para a vida desta Cidade.
Mas
um desses processos, meu querido amigo, Ver. Pedro Américo Leal, que está me
incentivando aqui na tribuna, é o de nº 3.277, que regulamenta o art. 162 da
Lei Complementar nº 434, definindo o traçado da Radial Anita Garibaldi, que
precisa de alguns cuidados por parte desta Casa, para que as comunidades não
sejam, de alguma forma, prejudicadas e para que a Cidade não seja prejudicada.
Nós,
há mais de um ano, quando estávamos votando o Plano Diretor, fomos incumbidos
de fazer um projeto para que esse Plano Viário viesse para esta Casa e para que
o traçado da Anita fosse o primeiro a chegar aqui; e que fosse alterado o
traçado inicial para aquela Radial prevista, pois, afinal de contas, eram
famílias que estavam localizadas ali há cerca de quarenta anos e que seriam
atingidas. Foi alterado o traçado. Nessa alteração, eu já recebi, por exemplo,
uma reclamação de uma pessoa, que trabalha nesta Casa, dizendo que a casa da
sua mãe, que fica na Dom Luiz Guanella, será cortada ao meio. Eu conversei com
a Sr.ª Inês, a nossa Arquiteta, que gostamos tanto, acompanhou-nos durante todo
o Plano Diretor da Casa, e ela me explicou algumas coisas referentes a essas
alterações desse novo traçado. Eu vou fazer uma sugestão a esta Casa, a fim de que
possamos apressar essa votação, favorecendo a população que quer tirar o
gravame de cima de suas casas e, ao mesmo tempo, não deixar órfãos aquelas
pessoas que, de alguma forma, serão atingidas pelo novo traçado, já que as
instituições ali localizadas, parece-me que o novo traçado já consegue, de
alguma forma, liberá-las. Eu vou fazer uma sugestão a V. Ex.ª, Ver. João
Antonio Dib, que acompanha desde o início essas providências, no sentido de que
possamos fazer uma Comissão nesta Casa para verificar um novo traçado da radial
Anita, para vermos in loco quantas
casas, quais as casas e quais os terrenos que serão afetados pelo novo traçado
e como estão indo as negociações. Eu ouvi de algumas pessoas o comentário de
que lá existe um fórum que acompanhou, mas acontece que não é o fórum que
votará aqui.
Nós,
Vereadores, representantes de toda uma comunidade. Vamos votar, aqui, um
Projeto importante, que trata de um novo traçado de uma radial e, de repente,
votaremos sem saber como ficam a situação das famílias afetadas. Nós temos
obrigação de fazer uma Comissão e, antes da votação, ir lá para verificarmos e in loco.
O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Luiz Braz, quero aplaudir V. Ex.ª até porque o
Executivo, na sua exposição de motivos, diz uma coisa e, no Projeto, fala nos
anexos “a” e “b” que não estão por aí. Na realidade, não traz uma planta como
deveria trazer. Eu já disse até que, se um aluno de urbanismo apresentasse,
como tese de conclusão de curso, esse Projeto de Lei seria reprovado. Muito
obrigado.
O SR. LUIZ BRAZ: Eu quero solicitar para a Comissão de
Urbanismo da Casa que libere a possibilidade de fazermos uma Comissão que possa
integrar todos os Vereadores a fim de que essa visita seja realizada e a fim de
que possamos tomar conhecimento in loco do
que está acontecendo e, a partir disso, apressarmos, aqui, a votação deste
Projeto, de acordo com a vontade daquela comunidade, principalmente daqueles
que já resolveram o seu problema, através do novo traçado, mas tentando não
prejudicar as pessoas que vão ser afetadas pelo traçado novo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Ervino Besson está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, em 2ª Sessão de Pauta, o Proc. nº 1083, do nobre
colega Ver. Almerindo Filho. Com este Projeto o Vereador gostaria de garantir
vaga nas escolas municipais de ensino fundamental médio para os filhos de
bispos, pastores, missionários, sacerdotes ou de qualquer credo religioso.
Com
todo o respeito que este Vereador tem pelo nobre Ver. Almerindo Filho, jovem,
promissor Vereador desta Casa, lendo o Projeto fiquei bastante confuso. O que é
que o Vereador quer? Que 5% das vagas das escolas sejam reservadas para os
filhos de pastores, sacerdotes, enfim pessoas ligadas a um credo religioso. Nós
respeitamos a todas as crenças religiosas, mas o Ver. Almerindo Filho, com este
Projeto, vai discriminar os filhos e filhas de outras pessoas. O bispo, o
sacerdote, os pastores são pessoas que tem uma qualificação bastante
diferenciada de outras pessoas, de outros seguidores de crenças religiosas, e
por isso, pela sua formação, pelo seu preparo, eles têm, por obrigação,
incentivar outras pessoas, de uma outra forma, mas não com este Projeto de Lei
que quer criar privilégios.
Esses
privilégios que quer o Ver. Almerindo Filho - com todo respeito -, criam até
mesmo alguns constrangimentos para os pastores e bispos, enfim, pessoas que
ocupam um cargo mais elevado em todos os credos religiosos. Talvez o Ver.
Almerindo Filho, na sua boa intenção, não se tenha dado conta desses fatos,
porque, perante a lei, todos somos iguais, sem distinção de credo religioso,
raça ou nacionalidade. E, talvez, o Ver. Almerindo Filho não se tenha dado
conta disso, porque como é que as escolas vão reservar cinco vagas? Num
determinado período, se essas vagas não forem ocupadas elas poderão ser
designadas para outros alunos. E se um pastor for transferido para uma outra
localidade, não sendo no mesmo período letivo, como ficarão essas vagas? O
projeto ainda está um pouco confuso. Acho que o Ver. Almerindo Filho deverá
analisar com mais profundidade este seu Projeto, que no nosso entender não vem
ao encontro daquilo que a comunidade necessita. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para discutir a Pauta. Desiste. A Ver.ª Helena Bonumá está com a
palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Elói Guimarães está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no ano
retrasado discutimos intensamente - e no ano passado também -, nesta Casa, o
novo traçado, o traçado que havia, da radial da Anita Garibaldi. A comunidade
local se mobilizou, e continua mobilizada - vejo aqui vários integrantes da
comunidade -, preocupada com o desenvolvimento deste gravame que vai-se fazer,
já estabelecido quando se votou aqui o Plano Diretor, ou seja, haverá um
gravame sobre o traçado. O traçado proposto inicialmente pelo Município era
absolutamente incompreensível do ponto de vista da comunidade, e com acerto,
porque envolvia uma série de instituições e até envolvendo questões ecológicas
que depunham contra o mínimo que se poderia esperar do administrador ao
estabelecer uma radial que viesse a atender as diretrizes viárias, mas que não
preservava uma série de valores que, ao longo dos anos, foi constituído pela
comunidade. A comunidade, então, mobilizou-se e tivemos grandes avanços. Um dos
avanços que a Casa pôde estabelecer no Plano Diretor foi exatamente fazer o
gravame do seu traçado. Esse é o Projeto que está na Pauta, saindo da Pauta ele
vai às Comissões técnicas, e já disse aos integrantes da comunidade que, tão
logo ele chegue na Comissão de Constituição e Justiça, iremos convidar a
comunidade no sentido de trocarmos algumas idéias sobre o Projeto que está em
discussão, encaminhado à Casa.
Mas
é bom também, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que essas comunidades que
apresentem novas alternativas, sejam ouvidas. Eu já recebi telefonemas e
contatos foram desenvolvidos no que se refere aos moradores da Dom Luiz de
Guanella, que, segundo eles, alguns não foram ouvidos. Então, tem de se ter o
critério da audiência, da oitiva da população que, em última análise, será
aquela atingida. Há, também, toda essa movimentação de parte de outras áreas,
enfim, que gostariam de pelo menos serem cientificadas claramente desse novo
traçado da radial Anita.
Então,
fica aqui, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a nossa manifestação no sentido de
dizer que se encaminhe bem as questões e, evidentemente, a Casa tem de estar
atenta e a comunidade estar atenta, permanentemente está acompanhando, porque
isso diz com todo um processo que se deu na formação de seus próprios sítios
residenciais, enfim, de todo um traçado que constitui uma verdadeira geografia,
material, mas de conteúdo humano.
Esse
assunto nós tivemos a oportunidade de discutir na Casa quando se discutia
aquele traçado que havia sido proposto, que descaracterizaria, por absoluto,
toda uma área já integrada, vamos dizer assim, na paisagem dos moradores, sem
falar nas rupturas que o traçado fazia sobre hospitais, sobre árvores, escolas,
etc. Quando chegar à Comissão o Projeto - e a primeira Comissão é a Comissão de
Constituição e Justiça -, nós convidaremos os moradores, até porque a Comissão
de Constituição e Justiça muito caminhou a respeito da radial, com reuniões
junto à Secretaria do Planejamento e à própria Secretaria de Obras. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Encerrado o período de discussão de
Pauta. Ingressaremos na Ordem do Dia. Solicitamos a liberação do painel para
registrarmos a presença dos Srs. Vereadores e das Sr.as Vereadoras.
(O
Ver. Raul Carrion solicita Comunicação de Líder.)
Esta
Presidência, Ver. Raul Carrion, foi clara quando disse: “Encerrado o período de
discussão de Pauta”. V. Ex.ª sabe que, na Sessão de quarta-feira, encerrado o
período de discussão de Pauta. Entre a Pauta e a Ordem do Dia só pode haver
Comunicação de Líder. V. Ex.ª solicitou a Comunicação de Líder depois de já ter
sido determinada, por esta Presidência, a liberação do painel, e já havia
registro de presenças.
(O
Ver. Raul Carrion dirige-se ao Presidente fora do microfone.)
O
do Presidente é automático, Vereador.
Esta
Presidência, Ver. Raul Carrion, excepcionalmente, concede-lhe cinco minutos
para uma Comunicação de Líder, somente para a Bancada do PC do B.
V.
Ex.ª abre mão desse tempo, Vereador Raul Carrion. Obrigado.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu quero reconhecer que a
desatenção dos Vereadores é que fez com que V. Ex.ª, cumprindo exatamente o
Regimento, pudesse penetrar na Ordem do Dia. Mas eu acredito que o mundo todo
está passando hoje por determinados problemas que são extremamente inusitados.
E eu acredito que as diversas bancadas têm muitos assuntos para se referirem,
inclusive a esse, o que poderia acontecer no tempo de Liderança. Até pelo
inusitado do momento por que o mundo passa, eu pediria que V. Ex.ª pudesse
voltar da sua decisão - como esta é uma Casa de debate -, para que possamos
estabelecer o debate sobre esses assuntos no período de Liderança.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Ver. Luiz Braz, este Presidente foi muito
claro, já com o Ver. Raul Carrion. E no que se refere à Bancada do PC do B
havia uma incerteza na solicitação do Ver. Raul Carrion, ainda em tempo. Então,
oportunizamos à Bancada do PC do B que pudesse ainda utilizar o tempo de
Liderança. Este Presidente é muito cioso em termos de Regimento, havendo uma
disposição da maioria dos Srs. Vereadores, este Vereador, evidentemente que
dentro da excepcionalidade do momento, dos fatos, se são esses os fatos que
serão debatidos em Comunicação de Líder, não há dúvida alguma. Agora, não vamos
abrir o espaço para que sejam outros assuntos polemizados. O Ver. Raul Carrion,
no momento em que esta Presidência lhe concedia Comunicação de Liderança ao PC
do B, abria mão, pela excepcionalidade. Poderíamos retornar para Comunicação de
Liderança, desde que haja o consentimento da maioria das bancadas.
Poderíamos
retornar para Comunicação de Líder, desde que fosse para analisar os
acontecimentos de ontem.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, eu sou contrário, porque
uma vez que V. Ex.ª desencadeou um processo, não pode voltar atrás.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Correto. Não havendo a concordância de
todas as bancadas, e havendo quórum, passamos à
Apregoamos
o recebimento da Emenda nº 02, Emenda de Liderança de autoria do Ver. João
Antonio Dib, ao PLE nº 052/00.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, eu solicito a atenção de
V. Ex.ª, porque houve uma dúvida sobre os mapas e os documentos do Projeto do
Estaleiro Só. Os mapas estão todos no anexo, penso que alguns Vereadores
olharam o Projeto, mas está tudo no anexo. Houve dúvidas e eu gostaria que
fossem esclarecidas.
O SR. PRESIDENTE: É importante. V. Ex.ª alerta todos os
Vereadores que os mapas constantes do Projeto enviado pelo Executivo sobre a
área do Estaleiro Só, consta do anexo ao Projeto.
O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente, o Ver. Marcelo Danéris
fará um Requerimento, ao qual gostaria de agregar o PLL nº 170/01.
O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente, em conversa com algumas
lideranças, infelizmente, não com todas, algumas ocorrendo ainda, me arrisco a
fazer um Requerimento para que sejam apreciados o PR nº 064/01, PELO nº 004/01,
PELO nº 005/01, PLCL nº 010/01, PLL nº 005/00, PLL nº 170/01, PLE nº 040/00,
PLE nº 052/00 e PLL nº 224/00.
O SR. REGINALDO PUJOL: Conversei com a Ver.ª Helena Bonumá e
gostaríamos a introdução, entre o PLCL nº 010/01 e o PLL nº 005/00, do PLCL nº
016/01.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Há concordância? O Ver. Reginaldo Pujol
incluiu o PLCL nº 016/01.
O SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Desculpe, Sr. Presidente, aproveitando
que já está aberto um parêntese, o Ver. Haroldo de Souza nos alerta que há o
seu Projeto que necessita da presença de vinte e dois Vereadores, para homenagem.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esta Presidência deduz, quando há acordos
entre as bancadas, que essas bancadas conversem.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Como não teve a Liderança, pegou as
bancadas todas de surpresa.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Ver. Marcelo Danéris, incluiríamos o PLL
nº 120/01 em que momento?
O SR. MARCELO DANÉRIS: Depois do PR nº 064/01, o PLL nº 120/01.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Vamos repetir de uma maneira definitiva:
PR nº 064/01, PLL nº 120/01, PELO nº 004/01, PELO nº 005/01, PLCL nº 010/01,
PLL nº 005/00, PLCL nº 016/01, PLL nº 170/01, PLE nº 040/00, PLE nº 052/00 e
PLL nº 224/00. Em votação o Requerimento do Ver. Marcelo Danéris. O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
acho um absurdo que em todas as Sessões Ordinárias, no momento da Ordem do Dia,
apareça um Vereador e queira alterar a ordem de votação. Se eu acho um absurdo,
é preciso que eu prove que é um absurdo. E eu vou fazer isso agora.
Na
Sessão de segunda-feira, nós iniciamos a discussão para, posteriormente, votar
Emenda à Lei Orgânica, de autoria do Ver. Sebastião Melo. O segundo Processo,
que seria outra Emenda à Lei Orgânica, em
1ª Sessão de discussão, do Ver. Beto Moesch. E agora começa o absurdo. O
terceiro Projeto é do ano de 1998, está incluído na Ordem do Dia, na forma do
art. 81 da Lei Orgânica, ou seja, sem parecer. Deve ter alguma importância para
ser incluído na Ordem do Dia sem parecer para ser votado. O segundo Projeto é o
nº 003, PLCL nº 003/00, do ano
passado; está incluído para votação na Ordem do Dia, sem parecer, deve haver
alguma importância. O terceiro, PLCL nº 003/03, é o quarto do ano passado,
incluído na Ordem do Dia, na forma do art. 81 da Lei Orgânica, sem parecer.
Deve haver alguma importância para ter sido requerida a inclusão na Ordem do
Dia, sem o parecer. O PLCL nº 004/00, consta o Processo nº 008, do ano passado,
incluído na Ordem do Dia, sem parecer; deve haver alguma importância. O que
estamos fazendo aqui? Absurdos em cima de absurdos? O PLCL nº 008/00, é o
Projeto nº 12 do ano passado, incluído na Ordem do Dia, sem o parecer. Algum
fato deve ter motivado o Vereador para fazer o Requerimento que tem de ser
aceito pela Mesa, para votar sem parecer, deve ser importante, mas nós vamos
procrastinando, vamos levando, há absurdos em cima de absurdos! Vamos
continuar: O Processo nº 19, do ano passado, incluído na Ordem do Dia, na forma
da Lei Orgânica, art. 81, sem o parecer; deveria ter alguma importância! Vamos
continuar na outra página. O Processo nº 22, do ano passado, incluído na Ordem
do Dia, sem parecer, para ser votado imediatamente. Mas nós vamos continuar: O
Projeto nº 003, deste ano, incluído na Ordem do Dia para que fosse votado, sem
parecer, porque o Ver. Raul Carrion deveria ter alguma urgência, algum
interesse. Na página seguinte, há o Processo nº 29, de 1999, da Ver.ª Clênia
Maranhão, incluído na Ordem do Dia, sem parecer.
Há
também alguns projetos com o parecer de todas as Comissões. Eu penso que é um
absurdo que isso ocorra todas as vezes. Quando há uma eventualidade, eu
entendo, quando há um projeto importante, eu entendo; mas nós não damos parecer
nas Comissões, porque há urgência para ser votado, então é votado sem parecer,
e acontecem alguns absurdos nas votações sem pareceres. Tudo é urgente. Tudo
está incluído na Ordem do Dia, e nós rasgamos papel, que é dinheiro do povo,
porque nada disso aqui vale. Isso é um absurdo! E todos os dias há algum
Vereador que levanta para pedir alteração na seqüência da Ordem do Dia. Eu
espero que isso termine, eu espero que haja respeito, até pelos próprios
requerimentos feitos pelos Vereadores para votar na forma do art. 81 da Lei
Orgânica, que é sem parecer. E nós já votamos muitos absurdos sem parecer,
porque é difícil entender a quantidade de leis que esta Casa propõe. Voto
contrariamente. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação o Requerimento, de autoria do
Ver. Marcelo Danéris. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO contra o voto do
Ver. João Antonio Dib.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3070/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 064/01, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o prêmio
artístico "Lupicínio Rodrigues" ao Músico João Batista Machado. Com Substitutivo nº 01.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PR nº 064/01. Com o
Substitutivo nº 01 incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da Lei
Orgânica Municipal. (Pausa.)
Vota-se
primeiro o Substitutivo.
O SR. REGINALDO PUJOL: O Substitutivo é de nossa autoria, também,
é para fazer uma pequena correção no Processo.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Não havendo quem queira discutir, em
votação o Substitutivo nº 01, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol ao PR nº
064/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO por unanimidade.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu só queria fazer um
registro. Ele também foi votado na Ordem do Dia, na forma do art. 81 da Lei
Orgânica, sem parecer.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Mas, foi lido, Ver. João Antonio Dib,
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da Lei Orgânica.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2083/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 120/01, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Hélio Faraco
de Azevedo.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;
- da CECE.
Relator Ver. Marcelo Danéris: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois
terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
- adiada a discussão por uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 120/01. (Pausa.)
Em votação nominal o PLL nº 120/01. (Pausa.) (Após a apuração.) APROVADO por 24 votos SIM.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
1319/01 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 004/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que
altera a redação do inciso VI do art. 94 da Lei Orgânica do Município de Porto
Alegre. Com Emenda nº 01. (atribuições
do Prefeito)
Parecer:
- da Comissão Especial: Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação
do Projeto e da Emenda nº 01.
Observações:
- discussão geral nos termos do art. 130
do Regimento da CMPA;
- discutiu a matéria, em 10/9/01, o Ver.
S.Melo.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PELO nº 004/01, com
Emenda nº 01.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, como o Ver. Sebastião
Melo não se encontra e penso que ele gostaria de participar da discussão,
pedimos adiamento por uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Ver. Juarez Pinheiro, tem de ser por
escrito. (Pausa.)
Colocamos
em votação Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro para que possamos
adiar. Lembra bem a Assessora Márcia de que tem de ser do Ver. Estilac Xavier,
Líder da Bancada, o Requerimento, para que possamos adiar por uma Sessão o PELO
nº 004/01.
Em
votação o Requerimento do Ver. Estilac Xavier, de adiamento do PELO nº 004/01.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, esse
Projeto estaria em 1ª ou 2ª Sessão de discussão?
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Estava em 2ª Sessão. Iniciou e encerrou
durante a Sessão por falta de quórum; não foi encerrada a discussão, encerrou a
Sessão por falta de quórum quando estava em discussão.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Obrigado, Sr. Presidente.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
1504/01 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 005/01, de autoria do Vereador Beto Moesch, que altera a redação do art. 240 da
Lei Orgânica do Município de Porto Alegre e o art. 6º do Ato das Disposições
Orgânicas Gerais e Transitórias. (área verde)
Parecer:
-
da Comissão Especial: Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do
Projeto.
Observação:
- discussão geral nos termos do art. 130
do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em discussão, em 1ª Sessão, o PELO nº
005/01. O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, está sendo discutido o Projeto de Emenda à Lei Orgânica de nossa
autoria e que não reflete apenas o interesse, uma preocupação deste autor com
relação a esse assunto, mas, sim, de toda a comunidade porto-alegrense, sem
dúvida, que é pioneira no debate, na preocupação com relação a que a Cidade de
Porto Alegre possa ter uma área urbanizada proporcional a áreas verdes.
A
ONU estabelece, através de estudos, que toda área urbana, sem exceção, em
qualquer local do mundo deve, em toda a área urbanizada do mundo, ter 12m2
de áreas verdes por habitantes. É por isso que a Lei Orgânica, deste Município,
através dos Vereadores que a elaboraram, colocaram justamente que o Município,
art. nº 240. (Lê.) “Deverá implantar e manter áreas verdes de preservação
permanente, perseguindo proporção nunca inferior a 12m2 por
habitantes”. Apressadamente lendo parece que estamos justamente atendendo uma
disposição, um estudo, um apontamento da ONU, mas não nos damos conta, e aí
queremos justamente - faço um apelo ao Ver. Raul Carrion, que tem debatido
comigo esse assunto -, corrigir o que os Vereadores que elaboraram a Lei
Orgânica, na época, tentaram estabelecer, mas não se deram conta de uma coisa:
O Município, o território de Porto Alegre é completamente diferente. Nós temos
as Ilhas do Delta do Jacuí que são, quase que 100% áreas verdes. Nós temos no
extremo Sul da Cidade de Porto Alegre quase 100% áreas verdes, portanto,
somando todo o território da Cidade de Porto Alegre, nós, obviamente, já temos
12m2 por habitante, mas e a zona central da Cidade? E a Zona Norte
da Cidade de Porto Alegre? Existem regiões na Cidade de Porto Alegre em que não
temos, sequer, 1m2 por habitante. Então, nós queremos apenas
corrigir o que a Lei Orgânica já apontou e colocamos as regiões estabelecidas
pelo Plano Diretor da Cidade e como é que se dariam, Ver. Adeli Sell, essas
áreas verdes? Não precisa, necessariamente, desapropriar essas áreas. Pode-se
dar através de estímulos e incentivos aos proprietários que já possuam áreas
verdes, inclusive dentro de prédios, de habitações para se estabelecer os 12m2
de área verde por habitante.
O Sr. Adeli Sell: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Hoje, Porto Alegre tem 38m2 de área verde, ou melhor,
Porto Alegre, hoje, tem, para cada habitante, 38m2, certo? Porque
nós temos quase 500.000.000m2, temos um milhão, trezentos e
cinqüenta mil habitantes. Então isso dá, aproximadamente, 40m2 para
cada pessoa. O que V. Ex.ª está propondo seria divisão por região do Plano
Diretor?
O SR. BETO MOESCH: Exatamente, porque nós tínhamos de ter
uma referência de região, e adotamos o que já está na Lei.
O Sr. Adeli Sell: Agora nós teríamos um problema, por
exemplo, as regiões densamente povoadas, fariam uma compensação de que maneira?
Essa é a grande questão. Por exemplo, eu não tenho na Bela Vista esta
quantidade de terra, mas eu, por exemplo, vou construir um edifício, eu me
obrigo a colocar, lá na Praça México, lá na zona Norte, quantas árvores? Isso
seria uma compensação por área verde ou não? Qual é a posição de V. Ex.ª?
O SR. BETO MOESCH: A proposição seria com relação as áreas
de recuos em cada prédio, isso poderia estabelecer, porque isso é uma área
verde, mas que ficaria garantida como área verde sempre que estabelecemos 2m2
por habitantes, praças, parques e também os calçamentos. Acho que o debate está
bem estabelecido, e essas áreas deveriam sempre ser computadas dentro dos 12m2
por habitantes. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Adeli Sell está com a palavra
para discutir o PELO nº 005/01.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras, Srs. Vereadores, cidadãs e cidadãos de Porto Alegre, o Ver. Beto
Moesch preocupado com questão ambiental, que deve ser uma preocupação de todos
os porto-alegrenses, afinal de contas nós somos uma Cidade que tem qualidade de
vida invejável há muitos anos, melhorando cada vez mais, porque nós estamos
cuidando da nossa água, enquanto outros vendem irresponsavelmente, outros fazem
verdadeiras barbaridades com o verde da Cidade, o Ver. Beto Moesch propõe essa
medida de 12,5m2. Agora a minha preocupação Ver. Beto Moesch é a
seguinte. Eu fiz a pergunta sobre a Praça México, que a Ver.ª Maria Celeste
conhece muito bem, lá na zona Norte, porque como é uma área recente, a
arborização é precaríssima, muito precária, até porque lá a região não é das
mais propícia para determinado tipo de arborização, segundo informações que
tenho. Então veja o seguinte, a área verde, Ver. Beto Moesch, concordando com a
sua preocupação, é extremamente relativa, porque, se tivermos uma praça grande,
a Praça México é quase um miniparque, mas sem arborização ela tem um valor, com
arborização ela terá outro valor. Recentemente, Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª
esteve presente, o Ver. Beto Moesch também, nós discutimos o Parque Germânia
num processo de edificação de uma empresa importante da nossa Cidade que quer
colocar trinta e duas torres na região Nordeste. É um espaço de 40 hectares de
terra, 15 de parque, algo extremamente importante, porque não é tão simples ter
uma porção de terra tão grande para um parque, ainda mais preservando três
nascentes que dão pequenos e bonitos lagos. O valor do parque com o processo de
arborização que eles propuseram na audiência pública tem um valor de verde muito
maior, por exemplo, do que alguma outra praça ou algum outro lugar às vezes
descampado. É verde, no entanto não tem a devida arborização, inclusive há
lugares com plantas exóticas.
O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, em primeiro lugar, eu desejo fazer um reparo
aos cálculos de V. Ex.ª. Quinhentos milhões por 1300 dá quase 400 e não 38.
O SR. ADELI SELL: Exatamente, obrigado.
O Sr. João Antonio Dib: Em segundo lugar, no Parque Moinhos de
Ventos não há uma árvore ao lado da outra, mas é considerada uma área verde no
seu todo, são 9 hectares. Muito obrigado.
O Sr. Beto Moesch: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) É justamente sobre o que o Ver. João Antonio Dib traçou que eu
quero colocar. As áreas verdes, o meio ambiente e os parques não se constituem
só de árvores, nós precisamos de outros tipos de benfeitorias para que isso se
estabeleça. Nós, obviamente, somos favoráveis a que as áreas verdes não sejam
áreas “verdes”, sejam áreas áridas, o que é muito comum, muitas vezes, na
cidade de Porto Alegre. Nós defendemos que as áreas verdes sejam o mais
arborizadas possíveis. Muito obrigado.
O SR. ADELI SELL: Eu vou dar um exemplo grotesco. Nós temos
uma área de terra entre o INCRA e o SERPRO, uma área que estava com arbustos,
comumente carroceiros, inclusive maltratando animais, diga-se de passagem,
entravam ali e despejavam caliça, lixo, etc. Toda semana este Vereador liga
para que DMLU pedindo a limpeza desse terreno que fica numa área nobre da
Cidade. Os sem-terra fizeram uma limpeza do local, inclusive lavraram, há uma
possibilidade, inclusive por uma lei municipal, de plantarem verduras, seria
extremamente simpático que pudéssemos fazer um movimento para isso, enquanto o
TRE que deveria construir ainda não construiu, é uma área devoluta. Seria muito
salutar, Ver. João Antonio Dib, mas veja que não há nada verde nesse espaço.
Então, eu queria relativizar a questão da chamada área verde, num debate muito
franco e fraterno com o Ver. Beto Moesch, parceiro em muitas outras lutas, de
que seu Partido, sua liderança pudesse fazer uma Emenda para caracterizar
melhor a questão da chama área verde. Porque, se nós pudéssemos ter, ou pelo
menos se V. Ex.ª pudesse discutir, caso seja aprovado, com o Executivo, com a
Secretaria Municipal do Meio Ambiente, formas de compensação, eu penso que tem
um espaço para discussão e aprovação. O que nós queremos é o melhor para a
Cidade, mas também não queremos engessar a construção ao desenvolvimento da
nossa Cidade. Verde sim, porém claramente definida o que é a área verde. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para discutir o PELO nº 005/01.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
Projeto de autoria do Ver. Beto Moesch está dentro de uma série de iniciativas
que S. Ex.ª vem tomando no que respeita à manutenção de áreas verdes.
Independentemente dos detalhes, a idéia trazida ao debate é extremamente importante,
porque estabelece uma política no que respeita à preservação das áreas e com
isso se mantém aquilo que ao longo do tempo nós esquecemos, que é a
permeabilidade, é a assimilação das águas. Isso tem a ver diretamente,
indiscutivelmente, em Porto Alegre com a questão ligada aos alagamentos da
Cidade, Ver. João Antonio Dib. Uma visão nesse sentido, embora tarde, nós
asfaltamos determinadas áreas onde poderiam ser encontradas alternativas e
criamos para a Cidade impasses de difícil modificação. Então, quando se inserem
idéias como esta, temos de destacar a sua importância.
O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Elói Guimarães, o Ver. Beto Moesch está correto, porque
ele está tentando preservar algo que a Prefeitura vem fazendo há muito e muito
tempo, e é por isso que temos bastante áreas verdes: Parque Marinha do Brasil,
Parque Maurício Sirotsky, Parque 20 de Setembro, Parque Marechal Mascarenhas,
Parque da Redenção, Parque Moinhos de Vento, Praça México, que é uma enorme
praça. Temos de preservar tudo isto, e o Vereador está preocupado com a
preservação.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: E um detalhe importante da iniciativa,
Ver. João Antonio Dib, é que ele preserva por região. Então, não é só colocar
uma questão de ordem ambiental, ecológica, mas é adotar política preventiva no
que diz respeito aos alagamentos. É como diz o autor, se nós estabelecermos
esta relação pelo Município, poderá acontecer de se concentrar numa determinada
área todas as quotas, quando devemos ter por região, porque um dos grandes
objetivos do Projeto é exatamente fazer com que as regiões tenham assegurada
essa relação de 12m2 por
habitante. Esta quota deve ser preservada em regiões, para que o Município não
aloque em outras regiões, e a finalidade se perca. Se não ficar estabelecido
por região, pode-se perder a finalidade, qual seja a de não recapar as áreas
que precisam ter fontes de assimilação e locais para a absorção das águas.
Fica,
portanto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a nossa manifestação favorável ao
presente Projeto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
1745/98 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 010/01, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que dispõe sobre a condução de animais
da espécie canina no Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Emendas nºs 1, 3 e 4. Com Substitutivos
nºs 02 e 03. Com Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 02. Com
Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 03.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela rejeição do Projeto e das
Emendas nºs 01, 03 e 04 ao Projeto, do Substitutivo nº 02 e da Emenda nº 01 ao
Substitutivo nº 02 e aprovação do Substitutivo nº 03 e da Emenda nº 01 ao
Substitutivo nº 03.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM;
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,
§ 1º, I, da LOM;
- retirada a Emenda nº 02
e o Substitutivo nº 01.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em discussão o PLCL nº 010/01. (Pausa.)
O SR. JOÃO BOSCO VAZ (Requerimento): Sr. Presidente, o Vereador autor do
Projeto não se encontra no Plenário. Em nome da Bancada do PDT, quero solicitar
o adiamento da discussão por uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Solicito que V. Ex.ª formule a
solicitação por escrito. (Pausa.) Colocamos em votação o Requerimento do Ver.
João Bosco Vaz, solicitando o adiamento da discussão por uma Sessão do PLCL nº
010/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0297/00 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 005/00, de autoria do Ver. Adeli Sell, que
institui a Semana da Floricultura no Município de Porto Alegre. Com Substitutivo nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela rejeição do Projeto e do
Substitutivo nº 01;
- da CEFOR. Relator Ver. Ervino Besson: pela rejeição do Projeto e pela
aprovação do Substitutivo nº 01;
- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela rejeição do Projeto e pela
aprovação do Substitutivo nº 01;
- da COSMAM. Relatora Ver.ª Clênia Maranhão: pela rejeição do Projeto e
pela aprovação do Substitutivo nº 01.
Observação:
- prejudicada a
votação do Projeto, nos termos do art. 55 do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 005/00, com
Substitutivo nº 01. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para encaminhar.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, a nossa proposição é da instituição da Semana da Floricultura em
Porto Alegre durante a Semana da Primavera. Nós fizemos uma modificação no
Projeto, apresentamos um Substitutivo e, por isso, estamos pedindo a rejeição
do Projeto e a aprovação do Substitutivo, onde fizemos um conjunto de
adequações. Tivemos o cuidado no sentido de que, como há uma programação da
Semana da Primavera, coordenada por um conjunto de Secretarias do Município de
Porto Alegre - eu queria fazer aqui um convite muito especial a todos os Srs.
Vereadores, que devem ter recebido nos seus e-mails
o convite do Escritório Municipal de Turismo, que está fazendo toda uma programação,
a partir da semana que vem, do turismo ecológico em Porto Alegre dentro da
Semana da Primavera - a nossa proposição é fazer com que a Semana da
Floricultura esteja inserida na Semana da Primavera para que, com o mesmo tipo
de convocação, portanto, Ver. João Antonio Dib, para não gastar mais, de
chamada, de divulgação, possamos fazer a atividade da Semana da Floricultura
dentro da Semana da Primavera.
Por
que a floricultura? O Ver. Ervino Besson tem discutido conosco e acompanhado na
CEFOR toda uma preocupação que a Comissão de Finanças teve este ano, Ver. Luiz
Braz, de discutir a chamada área rural de Porto Alegre. Nós sabemos de várias
invasões, de vários loteamentos clandestinos e que, inclusive, fizemos reuniões
com vários órgãos da Prefeitura nesta Casa. A Zona Sul é propícia à plantação
de flores. Já temos uma generosa plantação de hortifrutigranjeiros. As pessoas
normalmente falam do pêssego da Vila Nova, da uva e da ameixa de Belém Velho,
mas se esquecem da laranja do Lami. Há uma generosa plantação de laranjas e
cítricos em geral no Lami e que pode, o Ver. Ervino Besson conhece bem a
região, aumentar muito.
O
ex-Vereador Décio Schauren é produtor de flores na Zona Sul, conhece o assunto
e sempre nos apoiou nessas nossas investidas para ajudar a melhor e fazer com
que tenhamos um processo fundamentalmente de melhoria na plantação de flores.
V. Ex.as sabem muito bem que esse é um mercado altamente
competitivo. Hoje, nós estamos nas mãos de Holambra em São Paulo, um grande
empreendimento, nessa cidade paulista, que comanda toda a exportação de flores.
Nós, no Rio Grande do Sul, estamos comprando, pasmem as senhoras e os senhores,
70% das flores que consumimos, a maioria vem de São Paulo. E a plantação de
flores é apropriada a pequenos espaços. Portanto, nós podemos melhorar
significativamente o plantio de flores na Cidade de Porto Alegre.
Nós
discutimos esta questão com a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio e
com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que querem fazer com que esse
Projeto vingue efetivamente.
Eu
venho discutindo essa questão há exatos três anos, Ver. Beto Moesch, levando
até o Poder Público Municipal, inclusive, plantadores de grama. Aqueles que se
preocupam com o meio ambiente sabem que, se não houver o manejo adequado na
plantação de grama, haverá a destruição da natureza. Nós fizemos um grande
movimento para que a SMAM orientasse os plantadores de grama da Zona Sul no
manejo correto do solo e na extração da grama, porque esse é um mercado muito
importante em Porto alegre, principalmente hoje, com a preocupação de termos,
nos edifícios, o verde, a grama.
Portanto,
para que Porto Alegre tenha muito verde - grama, folhagens, flores -, como quer
o Ver. Beto Moesch, para que Porto Alegre tenha um mercado competitivo nesse setor,
nós precisamos apoiar a Semana da Floricultura e iniciar, já neste ano, um
processo de agitação, de divulgação e incentivo aos plantadores de flores da
Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Queremos registrar a presença do Sr.
Antonio Carlos Domingues da Costa, Presidente da Associação dos Trabalhadores
Aposentados e Pensionistas de Siderúrgicos, Metalúrgicos e de outras categorias
de Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá e Litoral Paulista; também Presidente
da Federação dos Aposentados e Pensionistas do Estado de São Paulo e da União
de Associações e Departamentos de Aposentados e Pensionistas da Baixada
Santista. Seja bem-vindo, Sr. Antonio Carlos Domingues da Costa. (Palmas.)
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar o PLL nº 005/00, com
Substitutivo nº 01.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.as
Vereadoras e Srs. Vereadores, como Vereador desta Casa e nas duas vezes em que
a presidi, sempre elogiei o trabalho da Diretoria Legislativa. Eu acredito que
este Plenário se qualifica com a Assessoria Legislativa que nós temos. Mas eu
quero fazer uma crítica, neste exato instante, com relação a este Processo, ao
desempenho da nossa Diretoria Legislativa. Eu solicitei, todas as vezes que tive
esse Processo nas mãos, que um dos Substitutivos nº 01, que há neste Processo,
que fosse desentranhado, para que os Vereadores pudessem analisar apenas o
Substitutivo válido. E assim é que se age dentro de um processo. Só que não foi
desentranhado, aqui estão os dois Substitutivos nº 01. Está aqui o nº 01 e está
aqui o outro nº 01. Não pode ser assim, tem que ser retirado, Ver. João Dib,
tem que ser desentranhado, não pode estar aqui no Processo, não poderia estar
aqui. O Vereador menos avisado vai votar de maneira equivocada, porque não sabe
onde olhar, não sabe se o Substitutivo é este ou aquele, porque os dois levam o
nº 01. Nós não podemos votar processo assim. Por mais que me falem que pode ser
de qualquer forma, não pode! Este Plenário não pode votar processos
mal-instruídos. E este Processo aqui está mal-instruído, tinha que ser retirado
um desses Substitutivos aqui, porque os dois levam o nº 01. Um deles está
correto, é o que não vale, que diz assim: “que o Município poderá organizar,
que Município está autorizado a fazer”. Ora, como é alguma coisa que vai causar
gastos dentro do Município, este daqui autorizando e dizendo que poderá fazer,
este poderia realmente tramitar e ser aprovado. Agora, o outro, que ficou
valendo, mas que temos que descobrir aqui, o outro não. O outro diz que “serão
organizadas as feiras com mostras de orientação de plantio...” Ora, isso daqui,
de acordo com aquilo que conhecemos, Ver. Estilac Xavier,
Ver. Juarez Pinheiro, causa
os gastos que, muitas vezes, têm feito com que os Vereadores rejeitassem
matéria lá na Comissão de Justiça. E, muitas vezes, eu vejo a fundamentação dos
votos aqui no Plenário, através da Bancada de V. Ex.ª, que votam
contrariamente, exatamente porque causam gastos ao Executivo. Eu acredito que
esse Processo, mais uma vez, está tramitando de maneira errada neste Plenário.
Esta matéria não era para estar mais aqui no Processo. O Ver. João Antonio Dib
aponta dizendo que está indicado, que o que vale é apenas aquele da pág. 14.
Não interessa. Um outro que não vale não podia mais estar aqui, tinha que ter
sido retirado porque pode induzir a erro. Um Vereador que olha apenas
superficialmente esse Processo pode ser induzido a erro.
Penso
que a intenção do Ver. Adeli Sell é ótima. Criar essa Semana de Floricultura é
ótimo, só que eu acredito que, na Comissão de Justiça, como dei parecer
contrário... Quero dizer que dei parecer contrário exatamente porque esse
Substitutivo que ficou valendo muitas vezes se assemelha aos processos que
votamos contra aqui, porque vão causar gastos no Executivo. Mas porque eu quero
ver a coerência do Ver. Adeli Sell em outros processos, vou votar aqui neste
Plenário, no mérito do Processo, favoravelmente. Eu quero ver como vota a sua
Bancada, mas eu vou votar porque tenho votado, com referência a outros
processos, aqui, favoravelmente, com relação ao mérito. Mas eu quero ver qual é
a coerência de V. Ex.ª e dos outros Vereadores que formam a sua Bancada, quando
fundamentarem os seus votos em processos que tramitam aqui, dizendo que não
votam porque o Processo vai ocasionar gastos para o Executivo. O Processo de V.
Ex.ª, do jeito que está escrito aqui, de acordo com aquilo que fica aqui no
processo, é um projeto que causa gastos para o Executivo.
Eu,
mais uma vez, lamento a atuação da Diretoria Legislativa que não retirou, não
desentranhou, mesmo depois de todos os avisos, que extrapolam a um ano, a peça
que está equivocadamente colocada aqui. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Beto Moesch está com a palavra
para encaminhar o PLL nº 005/00, com Substitutivo nº 01.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
fico satisfeito em poder encaminhar, em nome da minha Bancada, esse Projeto de
Lei do Ver. Adeli Sell, porque esse Projeto vem ao encontro de projetos de lei
da nossa autoria, como o que discutimos agora há pouco. Ao instituir a Semana
da Floricultura no Município de Porto Alegre, o que o autor Ver. Adeli Sell
quer fazer? Incentivar e estimular o plantio de verdes, de flores, de árvores
na Cidade de Porto Alegre, mas, para que isso ocorra, teremos de ter áreas para
isso. E, da maneira como Porto Alegre está-se dirigindo, estamos, cada vez
mais, perdendo áreas para o que o Ver. Adeli Sell quer, que é, exatamente, o
estímulo e o incentivo ao plantio de verdes, de flores, árvores e jardins.
Portanto,
o Projeto de Lei do Ver. Adeli Sell, isoladamente, não terá nenhum efeito se
não aprovarmos outros projetos de lei que tramitam nesta Casa que, justamente,
querem o aumento das áreas verdes da Cidade de Porto Alegre, como o que foi
discutido agora, ou seja, queremos que existam 12m2 de área verde
por habitante por região na Cidade, e aqui propõe também que 50% das áreas de
recuos dos prédios da Cidade sejam arborizados ou ajardinados.
Portanto,
Ver. Adeli Sell, esse Projeto vem ao encontro, soma-se aos demais projetos. Por
isso somos favoráveis. Mas, para aprovar esse Projeto, e nós estamos atentos à
Bancada da situação, temos de também aprovar os demais projetos que tramitam e
que dizem respeito ao mesmo assunto, porque tem de haver coerência. Concordamos
com o Ver. Luiz Braz. Realmente, isso aqui causa custo, mas nós não achamos que
isso seja inconstitucional. Essa é a nossa posição, como entende a sua Bancada
também. Nós achamos que o Poder Legislativo, sim, tem competência para legislar
nesse sentido, embora, infelizmente, a bancada da situação, quando se tratam de
projetos da oposição, diz que é inconstitucional. Nesse caso, não. Aí pode,
porque é de um Vereador da bancada da situação. Mas, como nós somos coerentes,
votaremos favoravelmente ao Projeto de Lei do Ver. Adeli Sell, tanto pelo
mérito, quanto por sua constitucionalidade e juridicidade.
Quero
dizer também que a AFLORI, Associação dos Floricultores do Rio Grande do Sul,
uma instituição com a qual nós trabalhamos, em conjunto, é obviamente favorável
a esse Projeto, como é favorável ao conjunto de outros projetos de lei que
tramitam nesta Casa, alguns de nossa autoria, alguns de outros Vereadores, mas
que, somados, querem dar a Porto Alegre uma visão mais humana, uma visão menos
impactante, com menos concreto, menos asfalto e mais áreas verdes para a Cidade
de Porto Alegre. Para termos qualidade do ar, menos enchentes, precisamos de
mais áreas verdes, precisamos ajardinar, arborizar.
Portanto,
isoladamente, este Projeto do Ver. Adeli Sell não tem muito sentido, mas, em
conjunto com os demais que tramitam nesta Casa, quero reforçar isso, aí, sim,
ele faz sentido. Por coerência, votaremos favoravelmente a este Projeto, mas
também queremos coerência da bancada situacionista com relação aos nossos
projetos que justamente dizem respeito a isso.
Quero
ressaltar o art. 2º: “Que o Executivo Municipal organizará o evento de
plantios, podendo instituir concurso anual para escolha da mais bela plantação
de flores de Porto Alegre.” Propõe também o autor a educação ambiental nas
escolas nesse sentido, o que está faltando. Aliás, temos uma reunião na
Comissão de Saúde e Meio Ambiente, no dia 27 de setembro, que visa a debater as
podas de árvores na Cidade de Porto Alegre. Somos uma Cidade muito arborizada,
mas, ao mesmo tempo, é uma arborização que está sendo podada, está-se tornando
feia, pois, constantemente, há podas feitas pelos moradores, pela SMAM, pela
CEEE, e queremos, por uma questão de paisagismo, também colocar no debate esse
assunto.
Esse
Projeto, isoladamente, não faz sentido, mas, em conjunto, com um debate mais
amplo com relação a isso, que vamos fazer no dia 27 de setembro, na Comissão de
Saúde e Meio Ambiente, e com outros projetos de lei que tramitam nesta Casa,
aí, sim, Porto Alegre ganhará muito. Portanto, pela aprovação do Projeto de
Lei. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Ervino Besson está com a palavra
para encaminhar o PLL nº 005/00, com Substitutivo nº 01.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pessoas
que nos assistem na TV Câmara, quero saudar todos. O Ver. Adeli Sell tem
defendido muito, nas nossas reuniões, nos nossos debates, o tema que diz
respeito às áreas produtivas da nossa Cidade de Porto Alegre. Eu entendo que o
Ver. Adeli Sell, no PLL nº 005/00, que institui a Semana da Floricultura no
Município de Porto Alegre, com o Substitutivo nº 01, vem ao encontro daquelas
pessoas, daqueles Vereadores e Vereadoras que acompanham a luta pela
preservação da nossa área rural, da nossa área produtiva em Porto Alegre. O
Ver. Adeli Sell colocou, de uma forma muito clara, nesta tribuna – eu fui
Diretor da CEASA, Vereador, e até então eu não sabia -, que 70% das nossas
flores vêm de fora, principalmente de São Paulo. É uma economia que nós
deixamos de desenvolver aqui no nosso Estado. Portanto, quando o Ver. Adeli
Sell, nesta Casa, entra com um Projeto que institui a Semana da Floricultura,
eu creio que é mais uma economia que vai-se juntar para que esta Casa, quando
receber do Executivo Municipal uma proposta para que seja criada, aqui na
Cidade, uma Secretaria de Agricultura, receba mais um reforço. Como o Ver. Beto
Moesch falou há pouco, é mais um ponto, Vereador, que nós podemos somar, para
que com isso possamos, junto com os nossos produtores, aquelas pessoas que têm
áreas ainda e que trabalham na área rural de Porto Alegre, que está restrita,
sim, salvar ainda o que nos resta. Nós podemos juntar. A floricultura é uma
economia que pode ser explorada na Cidade, juntando hortifrutigranjeiros,
juntando piscicultura, agropecuária e a suinocultura, para que possamos, com
isso, preservar e incentivar a nossa área produtiva da Cidade de Porto Alegre.
Naquela visita que nós fizemos, um mês atrás, nós fomos ao encontro de um
produtor de hortaliças que foi um grande produtor, Antônio Bettio. Fomos numa
outra propriedade, inclusive, a convite do Ver. Adeli Sell, onde, também, ali
há um produtor que também iniciou um plantio de flores. Já é um início para que
outros produtores também diversifiquem a sua produção de hortifrutigranjeiros
para a floricultura, que não depende de um grande espaço físico para poder
produzir.
Na
criação do mundo, se Deus criou o ser mulher, aquele ser que tem a
responsabilidade de gerar a vida humana, ele criou, também a flor. Isso é
importante. V. Ex.as podem ver, quando há um evento em que não
existem flores, o enfeite de uma flor, automaticamente é um evento que não tem
aquele visual, aquele colorido que enche os olhos das pessoas. Portanto, Ver.
Adeli Sell, incentivo o seu Projeto, dizendo: parabéns às mulheres, parabéns às
flores e parabéns a V. Ex.ª pela idéia. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para encaminhar o PLL nº 005/00, com Substitutivo nº 01.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as
Vereadoras, o Ver. Adeli Sell traz, sem dúvida alguma, um importante debate
para a nossa Cidade. A nossa Porto Alegre, querida por todos nós, que tem, de
um lado, face de cidade grande, e, às vezes, de cidade interiorana, ela já
teve, no passado, Ver. Ervino Besson, uma área rural muito respeitável e muito
produtiva, inclusive com uma bacia leiteira muito grande naquela Zona do Belém
Novo, Chapéu do Sol, Ver. Aldacir Oliboni. Mas a expulsão do campo, a
globalização, o crescimento desordenado da Cidade de Porto Alegre e de todas as
demais Capitais, evidentemente, vem dando uma outra face às cidades grandes. E
o Poder Público, muitas vezes, não consegue, por falta de dinheiro, por falta
de planejamento, por falta de políticas públicas, ordenar esse crescimento.
Então, quando eu vejo esta matéria da criação da Semana das Flores, ela tem que
ser discutida, Ver. Adeli Sell, com um conjunto de medidas que o Poder Público
Municipal tem, na nossa avaliação, obrigação de colocar na pauta desta Cidade.
Eu
ouvi, Ver. Goulart, com muita alegria lá na feira, lá em Belém Velho, no início
deste ano, quando lá representava o Sr. Prefeito, o Prefeito João Verle em
exercício dizendo, que havia um certo consenso na Prefeitura da propositura de
uma Secretaria de Agricultura para o Município de Porto Alegre, e que junto com
a Secretaria viria um conjunto de políticas para a área rural de Porto Alegre.
Porque não basta, Ver. Ervino Besson, você ter um IPTU diferenciado para a
produção de Porto Alegre, isso simplesmente, não vai resolver a questão, você
tem que ter um conjunto de medidas e de fomentos para incentivar o cinturão
verde de Porto Alegre. E com relação à questão das flores, e eu não fico só nas
flores, Ervino Besson, e o senhor que foi Diretor da CEASA e eu que trabalhei
na CEASA pelos idos de 78, o fruto-hortigranjeiro, hoje, do Rio Grande do Sul,
especialmente de Porto Alegre, a sua grande maioria não é produzido aqui em
Porto Alegre, e muito menos no Rio Grande do Sul, um Estado que foi celeiro do
País, Ver. João Bosco Vaz, e que era orgulho para todo o Brasil, de dizer que
aqui se produzia para os gaúchos e para exportar para o resto do Brasil.
Então,
nós achamos, Ver. Adeli Sell, que nós vamos votar favorável, mas precisamos que
esta Casa, a Prefeitura, a sociedade reavaliem o assunto. Há um crescimento
desordenado nesta Cidade, Ver. Beto Moesch, uma enxurrada de loteamentos
irregulares que campeiam, a cada dia. E a Prefeitura pega os pequenos e não
pega os grandes porque, muitas vezes, tem aliança com os grandes, e isso tem de
vir para a pauta. E tem de vir um debate que não é apenas de diminuir o IPTU para
a zona rural. Têm de haver políticas, sim, de subsídio para a produção de
flores; assessoramento, seja da EMATER, no convênio, ou com técnicos
específicos da SMIC, mas que incentive.
Por
isso, Ver. Adeli Sell, num mundo onde cada vez mais se vê fumaça, poluição e
produtos químicos, criar-se uma Semana das Flores é uma questão meritória,
porque, no mínimo, ela vai-nos levar a refletir para que nós possamos
reencontrar com a natureza, que é o leito natural do ser humano.
Por
isso nós queremos, mais uma vez, gizar que esse Projeto deve servir de
embasamento para a produção de outras discussões. Uma cidade que se preza tem
de ter a sua área rural. Se ela vai chamar de área rural ou não, isso pouco
interessa, o nome formal para ela. Se não é para a produção, é para, por
exemplo, o turismo ecológico. Eu vejo, por exemplo, uma falha na nossa Cidade,
Ver. Adeli Sell, há crianças que nasceram, e tantas que nascem, não conhecem as
coisas do campo, e aqui não tem uma fazenda-modelo dentro desta Cidade, e eu
penso que a Prefeitura poderia incentivar, por exemplo, nesse debate, algumas
fazendas-modelo para que os colégios pudessem visitar. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para encaminhar o PLL nº 005/00, com Substitutivo nº 01.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em
nome do PSB, queremos parabenizar o Ver. Adeli Sell por essa iniciativa de
instituir no Município de Porto Alegre a Semana da Floricultura, que
acreditamos que vai contribuir em muito para o incentivo, principalmente da
Região Sul da Cidade. Hoje é um dia muito importante para tentarmos falar de
flores em vez de falar de guerras, de atentados, aqueles episódios que chocaram
o mundo inteiro, então, quando vem um projeto como este do Ver. Adeli Sell, vem
em um bom momento.
Recentemente,
tivemos a oportunidade de visitar a Zona Sul da Cidade, na Comissão de Finanças
e Orçamento - e o Ver. Adeli Sell acompanhou-nos - e vimos que a Zona Sul de
Porto Alegre tem uma boa produção. Esse Projeto vai incentivar cada vez mais, e
fazer com que aquela região possa-se desenvolver e, ao mesmo tempo, que se crie
no Município de Porto Alegre um novo pólo para a questão do turismo.
Precisamos, sim, cada vez mais, de iniciativas dessa natureza para que Porto
Alegre, permanentemente, possa ter algum tipo de atividade para trazer pessoas
de fora e, ao mesmo tempo, fazer com que os nossos habitantes, os nossos
munícipes possam ver as belezas naturais. É um projeto simples, mas vem
contribuir em muito para a Cidade e, principalmente, para o incremento da
Região Sul.
Ver.
Adeli Sell, novamente, parabéns em nome do PSB, Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação o Substitutivo ao PLL nº
005/00. (Pausa.) Votação Nominal por
solicitação do Ver. Marcelo Danéris.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, para um esclarecimento,
o que está sendo votado, é o que está distribuído em avulso não é? O Substitutivo
e que tem três artigos? É isso que está sendo votado?
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O que está distribuído em avulso é o
Substitutivo com três artigos.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Esclarecimento): Saúde e paz!
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): (Após a chamada.) APROVADO o Substitutivo nº 01
aposto ao PLL nº 005/00, por 17 SIM, 04 NÃO e 02 ABSTENÇÕES,
considerando-se prejudicado o Projeto original.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2600/01 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 016/01, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que desobriga da observância dos arts.
113, III, e 117 da Lei Complementar nº 434/99, para efeitos de regularização,
os prédios que cita e dá outras providências. Urgência.
Parecer
Conjunto:
- da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Isaac Ainhorn: pela
aprovação do Projeto.
Observação:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, I, da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão geral e votação o PLCL nº
016/01. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação nominal o PLCL nº 016/01. O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a matéria pelo PPB.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós
vamos votar favoravelmente ao Projeto de Lei do Ver. Reginaldo Pujol que está
especificamente para dois imóveis. Mas a minha Bancada está estudando a
possibilidade de, depois, fazer um projeto em que se facilite, desde que o
Executivo entenda que seja viável, se facilita a aprovação como agora ele está
sendo feito para esses dois imóveis.
Portanto,
a minha Bancada vota favoravelmente. Muito obrigado. Saúde e paz!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação nominal o PLCL nº 016/01.
(Após a apuração.) APROVADO por 25
votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
2547/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 170/01, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt,
que declara de utilidade pública a Federação Riograndense de Entidades de
Deficientes Físicos (FREDEF). Urgência.
Parecer
Conjunto:
- da CCJ, CEDECONDH e COSMAM. Relatora-Geral Ver.ª Clênia Maranhão: pela
aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em discussão o PLL nº 0170/01. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Paulo Brum está com a palavra para
encaminhar.
O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, apenas
para dar um breve relato sobre o que é a FREDEF. A Federação Riograndense de
Entidades de Deficientes Físicos foi fundada em 1993 e congrega,
aproximadamente, trinta e oito associações de pessoas portadoras de deficiência
física no nosso Estado. As principais cidades já estão com as suas associações
registradas e legalizadas junto à FREDEF. A Federação tem uma sede provisória
na Galeria do Rosário. Só em Porto Alegre, ela atende gratuitamente,
aproximadamente, quatro mil e quinhentas pessoas portadoras de deficiência
física quanto aos encaminhamentos e gerenciamento do passe municipal.
Agora,
recentemente, no ano de 2000, fizemos um convênio inédito em nível do Brasil
com a TRENSURB, e também a Federação Riograndense de Entidades de Deficientes
Físicos passará a gerenciar o passe livre no trem metropolitano. O episódio
mais recente foi quando da aprovação do passe livre interestadual, quando a
Federação foi a Brasília e conseguiu também um convênio inédito no Brasil que é
o gerenciamento do passe livre interestadual. Nós fizemos uma manifestação aqui
na Assembléia com a presença do nosso Presidente Ver. Fernando Záchia, com a
presença do Ministro Eliseu Padilha, do Presidente da Assembléia, do Sr. Beto
Albuquerque, Secretário Estadual de Transportes. Nós colocamos lá numa
demonstração de força e de união, aproximadamente quatro mil pessoas portadoras
de deficiência.
Portanto,
a Federação Riograndense está dependendo dessa utilidade pública em Porto
Alegre para encaminhar os seus processos em nível nacional. Nós já conseguimos
a utilidade pública em nível estadual, temos a carta de funcionamento.
Portanto, apresentamos aos nobres pares este Projeto, de autoria do Ver.
Antonio Hohlfeldt, para que a Federação Rio-Grandense de Deficientes Físicos
também tenha o seu registro de utilidade pública aqui no Município de Porto
Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação o PLL nº 170/01. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com a abstenção do Ver.
Juarez Pinheiro.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
2889/00 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 040/00, que autoriza a permuta de imóvel próprio
municipal por imóvel de propriedade de Estevam Pinheiro Braga e outros. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto e da Emenda
nº 01;
- da CEFOR. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto e
da Emenda nº 01;
- da CUTHAB. Relator Ver. José Fortunati: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01;
- da COSMAM. Relatora Ver.ª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto e
da Emenda nº 01.
Observação:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, VIII, da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 040/00. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação a Emenda nº 01 ao PLE nº 040/00. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
3410/00 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 052/00, que institui Área Especial de Interesse
Social, na categoria de AEIS II, na gleba situada entre as MZ 8016 - Subunidade
01 e MZ 5012 - Subunidade 02 do PDDUA, visando à regularização do loteamento
clandestino localizado na Av. Vicente Monteggia nº 2458. Com Emenda nº 01.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Estilac Xavier: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do
art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 052/00. (Pausa.)
Não havendo quem queira discutir, em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação a Emenda nº 01 aposta ao PLE nº 052/00. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
a aprovam, permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em
votação a Emenda nº 02 aposta ao PLE nº 052/00. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA,
por unanimidade.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3373/00 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 224/00, de autoria do Ver. Gerson Almeida, que
dispõe sobre a obrigatoriedade de confecção e distribuição de material
explicativo dos efeitos nocivos das radiações emitidas pelos aparelhos
celulares e sobre a sua correta utilização e dá outras providências. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. Carlos Alberto Garcia: pela aprovação do
Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Almerindo Filho: pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM. Relator Ver. Aldacir Oliboni: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- discutiram a matéria, em
05/9/01, os Vereadores R.Pujol e J.Pinheiro.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 224/00. O Ver.
Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir, por cedência de tempo da
Ver.ª Maria Celeste.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Vereadores, caro Ver. Reginaldo Pujol, que na Sessão anterior fez
questionamentos relativamente a essa matéria. Quero deixar claro, e vou tirar
qualquer adjetivação dessa matéria para que os Srs. Vereadores possam ter a
total compreensão. O que o Ver. Gerson Almeida está propondo é que, quando são
vendidos aparelhos de telefonia celular móvel - não tem nada a ver com estação
de radiobase, com torre de telefonia celular – a empresa fica obrigada a colocar
um material explicativo sobre os efeitos das radiações eletromagnéticas e como
a pessoa deve utilizar o aparelho, para que não tenha prejuízos a sua saúde.
Por
exemplo, deve dizer que o aparelho deve ser utilizado com no mínimo 2,5cm da
cabeça, que deve ser usado por pouco tempo para que não haja o aquecimento dos
tecidos da cabeça, principalmente nas regiões que têm mais água, como os olhos.
Portanto, que acompanhe o aparelho, assim como nos medicamentos há uma bula que
explica como se utiliza o remédio.
Os
efeitos das radiações eletromagnéticas são de dois tipos – nós já falamos sobre
isso e hoje, na Tribuna Popular, foi esclarecido isso -: os térmicos e os não-
térmicos. Os efeitos térmicos, a literatura médica e a Organização Mundial de
Saúde já comprovaram que fazem mal à saúde. Os não-térmicos não estão
comprovados ainda. Portanto, o que se pede é que haja uma instrução no uso do
aparelho celular. Não vou ser aqui prolixo e nem querer dar aula para os
Vereadores, mas é meramente isso que o Ver. Gerson Almeida busca, no caso, o
nosso atual Secretário do Meio Ambiente.
Portanto,
quero deixar claro aos Srs. Vereadores que o único ônus, não é nem do
revendedor, mas das empresas, ou seja, Gradiente, Nokia, Motorola e tem mais
uma, quando elas vendem os aparelhos, colocam para as empresas revendedoras, é
a anexar um folheto explicativo sobre o correto uso dos aparelhos. Isso é uma
medida de saúde pública que tem um pequeno custo, insignificante, pode ser um
pequeno folheto que diga como deva ser usado os aparelhos celulares.
É
isso, Srs. Vereadores. Eu penso que não há nenhum óbice para que esta Câmara de
Vereadores aprove essa iniciativa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir
o PLL nº 224/00.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Senhoras e Srs.
Vereadores, o Executivo Municipal, há algum tempo, permitiu que esta Cidade
fosse transformada num paliteiro pelas companhias telefônicas, que colocaram
por aqui as suas estações de radiobase, estações que prejudicaram a saúde dos
porto-alegrenses, que feriram de morte algumas pessoas, porque essas estações
estão localizadas muito próximas de suas residências. Agora tentam, com algumas
medidas paliativas, minorar o efeito “demolitório” das estações à saúde dos
porto-alegrenses.
O
Ver. Juarez Pinheiro legislou, nesta Casa, sobre as distâncias que essas
estações devem ter das residências, e as distâncias que elas devem ter umas das
outras.
Agora,
o Ver. Gerson Almeida pretende o seguinte, Ver. Pedro Américo Leal: que uma lei
municipal obrigue uma multinacional, que vende aparelhos no mundo inteiro, a
colocar, no seu aparelho, uma explicação de que ele, no caso um celular, faz
mal à saúde. Ora, a Prefeitura Municipal não está proibida de fazer quantos
folhetos quiser, de mandar quantas correspondências quiser dizendo para as
pessoas que o uso desse aparelho faz mal. Ninguém está proibindo a Prefeitura
Municipal de fazer isso. Mas Vereador Juarez Pinheiro, V. Ex.ª, que é um craque
na área do Direito, se eu quiser influir nas relações de comércio - e nesse
caso eu estou influindo nas relações de comércio –, eu não posso mais ser um
legislador municipal, porque a Constituição Federal veda a nós, legisladores
municipais, fazer esse tipo de lei. Eu não posso influir nas relações de
comércio. Quem é que pode? O Ver. Gerson Almeida, quem sabe, vai ter de buscar
votos e se eleger Deputado Federal para fazer com que essas supermultinacionais
atuem da forma como ele quer.
O Sr. Juarez Pinheiro: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Luiz Braz, eu só queria repor uma questão: Porto Alegre foi a
primeira cidade do Brasil, junto com Campinas, em São Paulo, e Maringá, no
Paraná, não por uma lei nossa, mas por um decreto municipal...
O SR. LUIZ BRAZ: Por causa de V. Ex.ª. Foi V. Ex.ª quem
teve essa visão.
O Sr. Juarez Pinheiro: Houve um decreto municipal que regrou o
funcionamento das estações de radiobase. Mas nós não estamos tratando disso
agora. Eu queria dizer a V. Ex.ª, Ver. Luiz Braz, considerando a sua fala
final, que eu penso que o valor econômico, no caso, a interferência na
atividade econômica, e o valor à vida são dois valores jurídicos importantes.
Apenas quero considerar a V. Ex.ª que há, inclusive, uma Emenda do Ver. João
Dib neste processo, e que eu entendo que o valor à proteção à saúde, à vida, é
um valor jurídico superior à relação de comércio, mas V. Ex.ª tem uma tese e eu
respeito.
O SR. LUIZ BRAZ: Mas V. Ex.ª, que é um craque do Direito,
eu sempre o considerei aqui. V. Ex.ª sabe que está escrito lá na Constituição;
nós não podemos legislar e interferir nas relações de comércio, não cabe a nós
fazer isso. Não cabe a nós, legisladores municipais, fazer isso.
O Sr. Juarez Pinheiro: Ver. Luiz Braz, mas, quanto à saúde, nós
podemos legislar. Saúde é uma competência da União, dos Estados e dos
Municípios.
E
o que está se tentando aqui é em proteção à saúde.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Juarez Pinheiro, eu acho que aí nós
temos que sair do campo da demagogia, fazendo lei para não ser cumprida e
dizer: “Oh, eu recomendei para que as multinacionais fizessem isto”. Elas não
fizeram porque não quiseram. Não, não fizeram porque não precisam fazer, porque
não precisam cumprir a Lei Municipal. Agora, pode o Sr. Prefeito Municipal fazer
um milhão de panfletos e espalhá-los pela Cidade, dizendo para todos os
porto-alegrenses que esta porcaria de estações de radiobase, que ele deixou
espalhar pela Cidade, está fazendo mal para todo o porto-alegrense, ele tem que
falar isso. Ele tem que chamar para si a culpa e dizer assim: “Olha, nós somos
mau-administradores, nós permitimos que as multinacionais invadissem esta
Cidade e colocassem por aqui as suas antenas e estamos prejudicando agora a
saúde do porto-alegrense”. Não pode é vir com demagogia.
Agora,
o Sr. Gerson Almeida sabe que foi lá para a Secretaria e quer colocar aqui um
panfletinho que a multinacional tem que fazer a venda do seu aparelho. Isto é
interferir nas relações de comércio e quem conhece alguma coisa da Constituição
sabe que não podemos fazer isso. Mas sabe muito bem que a Administração
Municipal tem por obrigação avisar para o contribuinte, para o porto-alegrense
o mal que esta Administração fez permitindo a instalação dessas estações de
radiobase, permitindo que essas radiações prejudicassem o porto-alegrense da
forma como prejudicam. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Beto Moesch está com a palavra
para discutir o PLL nº 224/00.
O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tivemos
a Tribuna Popular hoje justamente debatendo sobre as estações de radiobase.
Muito bem colocou o Ver. Juarez Pinheiro este Projeto de Lei de autoria do
Secretário do Meio Ambiente, Ver. Gerson Almeida, diz respeito aos aparelhos de
celulares. E o Ver. Luiz Braz colocou muito bem. O autor do Projeto do Lei, que
por sua vez é o titular do Meio Ambiente é quem deve depois executar a
aplicabilidade dessa lei, em conjunto com a Secretaria da Saúde. Então isso
deve ser frisado: nós não podemos aprovar projetos de lei nesta Casa sem que
haja depois a sua execução. Volto a dizer: o autor do projeto de lei é quem
deve depois, por ser o Titular do Meio Ambiente em Porto Alegre a executar a
aplicabilidade dessa sua própria lei. E achamos, sim, por interpretar dessa
maneira a Constituição Federal, que o Município não só pode como deve legislar
sobre assuntos relacionados à saúde pública. A qualquer tipo de substância, ou
objetos que possam trazer mal à saúde pública. Portanto, não só pode como, ao
nosso ver deve legislar sobre isso. E o Projeto dispõe sobre a obrigatoriedade
de confecção e distribuição de material explicativo dos efeitos nocivos, das
radiações emitidas pelos aparelhos celulares e sobre a sua correta utilização e
dá outras providências. A Assessoria da Bancada nos traz um artigo de jornal em
que coloca a Organização Mundial de Saúde, considera que a relação entre o uso
de aparelhos celulares e o câncer não pode ser descartada sem que se realizem
mais pesquisa. Fica aí o princípio da precaução, o princípio moderno do
Direito, recente. Há alguns anos está vindo à tona esse princípio, o mais
moderno do Direito, hoje: princípio da precaução. "Autoridades dos Estados
Unidos e da Europa”, continua a matéria, “pediram aos fabricantes de celulares
que informem o nível de radiação que cada aparelho emite.” Houve um projeto de
lei nesse sentido, mas foi rejeitado.
O Sr. Juarez Pinheiro: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Foi aprovado por esta Casa, e o Tribunal de Justiça argüiu a inconstitucionalidade,
apenas do Recall.
O SR. BETO MOESCH: Havia uma lei e infelizmente o Tribunal
de Justiça achou que não cabia ao Município legislar sobre isso.
O Sr. Juarez Pinheiro: Apenas na parte do recall, ou seja, quando o aparelho superasse a norma de 2 watts
por metro quadrado, por grama de tecido, nós estabelecíamos uma recall, e quanto a isso é que foi dada
a inconstitucionalidade.
O SR. BETO MOESCH: Muito obrigado, Ver. Juarez Pinheiro. De
qualquer maneira, estamos querendo trazer ao debate, que Porto Alegre não pode
ficar atrasada com relação à Europa e aos Estados Unidos, se realmente quer ser
uma cidade exemplar às demais cidades. Mas quero também discutir favoravelmente
à Emenda do Ver. João Antonio Dib, que, ao nosso ver, amplia, dá uma amplitude
ao Projeto de Lei em debate. Ao invés de o material explicativo dizer sobre os
efeitos nocivos, as radiações emitidas pelos aparelhos celulares e sobre a sua
correta utilização, o Ver. João Antônio Dib sugere a troca pelo seguinte: a
expressão das radiações emitidas pelos aparelhos celulares e sobre as
precauções necessárias a sua correta utilização. Ele tira a expressão “nociva”
e, com isso, ele coloca que deverão, obrigatoriamente, as empresas informarem
sobre o aparelho, da sua forma geral, não só com relação a sua nocividade, mas
a qualquer tipo de efeito. Ao nosso ver, portanto, o Ver. João Antonio Dib dá
uma amplitude maior. O que for nocivo terá de ser explicado, e outros problemas
ou não, dos celulares também deverá ser explicado. Com isso, com relação ao
Código de Defesa do Consumidor, essa Emenda ainda dá uma amplitude muito maior.
Portanto,
obviamente, somos favoráveis ao Projeto de Lei. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Adeli Sell está com a palavra
para discutir o PLL nº 224/00.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver.
Gerson Almeida, atual Secretário Municipal do Meio Ambiente propôs a esta Casa
Projeto de Lei que dispõe sobra a obrigatoriedade de confecção e distribuição
de material explicativo dos efeitos nocivos das radiações emitidas pelos
aparelhos celulares e sobre a sua correta utilização. Houve questionamento se
essa matéria é de competência desta Casa. Sim, é de competência desta Casa.
Como também, de outra feita, foi questionado o Projeto de Lei do Ver. Carlos
Alberto Garcia em co-autoria com este Vereador Adeli Sell, sobre o Cadastro
Único de Telefones Celulares. Ficou provado, tanto que as empresas não
recorreram, pelo contrário, o exemplo foi tão importante, foi de vanguarda, que
as empresas elas mesmas se deram conta da necessidade de fazer algum tipo de
movimento, porque havia uma pressão na sociedade, havia a lei aqui, que
adotaram esse procedimento nacional. O Ver. Carlos Alberto Garcia, em
decorrência dessa lei, está propondo inclusive que os telefones pré-pagos
tenham cadastro, o que é fundamental. O Ver. Juarez Pinheiro, atento a todo
esse problema das radiações das torres dos celulares, preocupação com a
qualidade de vida, da saúde, já legislou sobre isso, e não há recurso. Houve
recursos em alguns outros temas como, por exemplo, o sistema financeiro da
Cidade, mas sobre essa ação os Juízes deram ganho de causa a esta Casa, à
Prefeitura. Nós podemos, sim, legislar sobre muitas coisas. Nós, Vereadores de
Porto Alegre, talvez sejamos tímidos em alguns momentos de ousar e propor e de
fazer uma disputa na sociedade sobre a competência desta Casa Legislativa, como
por exemplo, no Projeto há pouco aprovado, de nossa autoria, eu acho que esta
Casa tem toda a competência e nós podemos fazer ações nesse sentido. É
fundamental que as empresas expliquem, afinal de contas não existe uma
legislação que obrigue os fabricantes de cigarros a colocarem uma chamada que
“o Ministério da Saúde alerta que o cigarro faz mal à saúde”. Ainda mais agora,
coloca inclusive vários dos malefícios que o cigarro causa. As empresas que
fabricam bebidas alcoólicas, algumas delas inclusive atentas ao problema do
alcoolismo, se adiantam e dizem: “Beba com moderação.” O Ver. Beto Moesch inclusive
falava de precaução. Aqui nós temos um caso típico de precaução: nos adiantamos
ao problema. E tem mais, na verdade, talvez, o Ver. Gerson Almeida, hoje
Secretário não precisasse propor essa legislação, se neste País a Agência
Nacional de Telecomunicações funcionasse, porque a ANATEL não passa de um
cabide de empregos. Pena que, neste momento, o Ver. Carlos Alberto Garcia não
esteja aqui, mas nós debatemos, várias vezes lá, com a assessoria do Vereador,
inclusive V. S.ª estava presente, entre outros assessores, e lá nós colocamos o
papel da ANATEL, que não cumpria essa finalidade, como aqui não está cumprindo,
porque, na verdade, a ANATEL deveria zelar por isso, não só pela questão das
concessões. A ANATEL, se quiser trabalhar, se quiser fazer alguma coisa, faria
inclusive isso que está fazendo o Ver. Gerson Almeida, propondo esta legislação
municipal. Nós somos favoráveis, é uma boa medida, nós temos de cuidar e ter
precaução com a qualidade de vida e com a saúde do nosso povo.
Por
isso, somos pela aprovação. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra
para discutir o PLL nº 224/00.
O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
Projeto de Lei de autoria do Ver. Gerson Almeida tem um alto sentido social e
coloca para o legislador municipal a obrigação de observar qual o preceito
legal que deve ser utilizado em um eventual conflito de competência. O Ver.
Pedro Américo Leal, que atentamente nos escuta e é o nosso Presidente da
Comissão de Saúde, sabe que, pelo seu trabalho e pelo interesse e preocupação
de todos os Vereadores, a saúde é um bem primeiro a ser preservado, e a vida
também, como norma constitucional. Se tivéssemos de escolher entre os bens, lá
estariam os bens chamados vida e liberdade. Eu quero afastar deste debate aqui,
até pelo pioneirismo desta Casa em relação a determinadas matérias, a questão
de competência federal ou estadual, até porque o Projeto visa a disciplinar a
comercialização nas empresas de aparelhos de telefonia celular. E pede-se o
quê? Que elas apresentem aos seus clientes, aos consumidores, aos cidadãos,
informações a respeito do bom uso do telefone celular ou do aparelho celular,
para evitar os efeitos nocivos. A Prefeitura, como a norma, tem que ter também
as suas penalidades, sob pena de perder a eficácia, e apresentou o órgão
competente para a fiscalização, estabeleceu os prazos para regulamentação e
adequação da lei e, por último, para dar eficácia à lei, estabeleceu as
penalidades: advertência e multa. E, ainda, no seu parágrafo único, para o
reincidente que, achando que a multa é insuficiente e os valores, por ventura,
considerados baixos, pudesse continuar reincidindo, a multa começa a ser
progressiva em dobro, quando pesará, então, para a empresa que não cumprir o
disposto deste Projeto de Lei. Ainda mais: o direito à saúde e à vida não se
compra, mas aqueles que forem penalizados pelo não-cumprimento deste
dispositivo... Os recursos provenientes das multas irão para o Fundo Pró-Defesa
do Meio Ambiente de Porto Alegre.
O
mérito é indiscutível. A importância desse Projeto se soma a tantos outros, no
que diz respeito à telefonia celular. E, aqui, não está-se tratando de condenar
qualquer tipo de uso desta tecnologia que, aliás, revolucionou as comunicações.
Tanto é que, às vezes, no Plenário, temos observado que, enquanto um tribuno
está falando, há vários Vereadores telefonando. Mas isso faz parte do sistema
de informações que nós criamos. E, aqui, nós percebemos que é uma medida para disciplinar.
Sob que preceito maior? O preceito constitucional de que, na contrariedade de
normas e de competências, vale a questão da vida. Então, nós estamos
encaminhando a favor do Projeto, dizendo que, com isso, colabora decisivamente,
ou de forma importante, para que nós todos possamos contar com a Cidade que
contamos hoje, com uma boa qualidade de vida. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para discutir o PLL nº 224/00.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a
Bancada do PC do B encaminha favoravelmente este Projeto - meritório Projeto -,
do Ver. Gerson Almeida, por entender que é uma questão de saúde pública. Alguns
dizem que isso atenta contra a “liberdade do comércio”. Mas como que vai
atentar contra a liberdade do comércio? Nós também temos, na venda de bebidas
alcóolicas, na venda de cigarros, e assim por diante, a necessidade, a
obrigatoriedade da indicação dos malefícios, dos problemas de saúde que os distintos
produtos causam. O próprio Código de Defesa do Consumidor orienta no sentido de
que o consumidor seja informado de todas as características e eventuais efeitos
nocivos ou contra-indicações que a mercadoria apresente. Então, acreditamos que
a questão dos celulares - que hoje estão extremamente disseminados -, também
merecem uma orientação ao consumidor. Isso está perfeitamente dentro da
orientação legal no País. Queria também opinar no sentido dos efeitos dessas
radiações dos celulares. Claro que existe controvérsia sobre a profundidade dos
efeitos, o nível a partir do qual os efeitos já se fazem sentir com mais
prejuízo para a saúde humana, que tipo exatamente de prejuízos, etc. Como são
evidentemente mercadorias novas - no caso telefones celulares -, isso demandará
um período de tempo até que se possa aquilatar as suas conseqüências. Agora
seria evidentemente um absurdo que a população, até que ficasse comprovada a
existência do prejuízo, ficasse totalmente à mercê desses equipamentos. Já
existem estudos mínimos que indicam que o seu uso demasiado freqüente causa
prejuízo. Aliás, temos de considerar as radiações dos celulares como as
radiações eletromagnéticas em geral, as quais têm efeitos, maiores ou menores,
conforme a freqüência de onda -, comprovadamente nocivos ao organismo humano.
Peguemos uma radiação eletromagnética como a emitida pelos aparelhos de
televisão - sejam os preto e branco e com muito mais razão os aparelhos de
televisão coloridos -, que emitem, entre outras, radiações praticamente já na
freqüência do Raio X, e assim por diante. Ou seja, toda emissão eletromagnética
interfere com o corpo humano, com a bioquímica do corpo humano. Isso é sabido.
Não será unicamente a radiação eletromagnética do celular que não terá efeito.
Por precaução, até estudos mais profundos, é evidente que a pessoa deve ser
alertada sobre a emissão das radiações eletromagnéticas e seus eventuais
riscos. Tanto, inclusive, que hoje existem acessórios para telefones celulares
em que a pessoa pode utilizar o celular e escutar com um fone de ouvido e só,
eventualmente, ao usar da palavra, aproximar do rosto. E as investigações
mostram que o cérebro humano é um dos mais afetados por essas radiações. Essas
precauções são justas, são corretas e perfeitamente legais.
De
toda forma, temos uma Emenda, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que retira a
expressão “efeitos nocivos”, substituindo por “radiações emitidas”. Quero
confessar que, para o nosso entendimento, é mais preciso o projeto original,
sem a Emenda, mas votaremos o Projeto original, do Ver. Gerson Almeida, mas se
for aprovado com a Emenda do Ver. João Dib não haverá também um prejuízo tão
sério.
Portanto,
pessoalmente, vamos votar o original, porque entendemos que o consumidor já
deve ser alertado de que há efeitos nocivos já estudados, já conhecidos. De
toda forma, se for o caso, será aprovado com a Emenda do Ver. João Antonio Dib.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o PLL nº 224/00. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação a Emenda nº 01 aposta ao PLL nº 224/00. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADA com o voto contrário do
Ver. Juarez Pinheiro e Ver. Raul Carrion.
Srs.
Vereadores, temos um Requerimento de autoria do Sr. Presidente Fernando Záchia,
de nº 225/01, que solicita autorização
para representar esta Casa no XXXII
Congresso Nacional de Vereadores e Agentes Públicos Municipais, em Maceió,
nos dias 26 a 28 de setembro de 2001.
Em
votação o Requerimento nº 225/01, de autoria do Sr. Presidente Fernando Záchia.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, em nome do Centro de
Tradições Gaúchas Maurício Sirotsky Sobrinho, composto de funcionários desta
Casa, gostaria de convidar os Srs. Vereadores e funcionários para a Missa
Crioula que será realizada amanhã, às 16h, aqui, na Largo das Bandeiras desta
Câmara. Então, convidamos os Srs. Vereadores e funcionários para a abertura da
Semana Farroupilha.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Está feito o convite, Vereador.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h47min.)
* * * * *